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Quase 200 mulheres foram assassinadas no TO nos últimos anos; dado escancara problema alarmante

Patrícia foi encontrada morta em um matagal na 107 Norte - Reprodução Arquivo Pessoal

Lucas Eurilio/ Repórter Gazeta do Cerrado

Os casos de feminicídios têm assutado todos os moradores não apenas de Palmas, mas também de todo o Tocantins. Os dois casos mais recentes que chocaram a população foram o da professora Danielle Christina Grohls, assassinada dentro da própria casa, na quadra 1004 Sul em dezembro de 2017. O principal suspeito é o médico e ex-marido Álvaro Ferreira da Silva e a namorada.

Após idas e vindas no Judiciário, o médico foi solto porque um laudo teria constatado que ele não conseguiria cumprir a pena na CPPP por conta de complicações na saúde. Álvaro foi solto no dia 7 de março e voltou a trabalhar tanto no Município como no Estado, onde é concursado.

Professora foi morta em dezembro de 2017 – Reprodução Facebook

O outro caso que ganhou destaque essa semana, foi o assassinato da jovem Patrícia Alinne, morta pelo namorado Yuri Italu Mendanha no último dia 9. Além dele, o amigo, Silas Barreira Borges também é suspeito de ter participado do crime.

Os suspeitos foram presos ainda no início desta semana na cidade de Campos Lindos, região norte do Tocantins e transferidos para Palmas. Segundo as informações os suspeitos vão prestar depoimento por volta das 14h30 desta quarta-feira, 16,  e estão presos na Casa de Prisão Provisória da capital.

Ainda de acordo com as informações, Iury deu detalhes do crime. Segundo ele, Patrícia Alinne tentou correr, mas foi atingida e morreu. Após o crime, o corpo da vítima foi arrastado para um matagal na quadra 107 Norte e encontrado por alguns trabalhadores.

Em um vídeo feito por policiais, Iury confessou que matou a namorada porque ela teria traído ele. A jovem vivia em Palmas há cerca de um ano e era consultora de beleza. O corpo dela foi enterrado na cidade de Serrana (SP).

Além disso, os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelam ainda que entre 2013 e 2018 até o mês de abril, cerca de 199 mulheres foram assassinadas no Estado.

Apesar do número, a SSP informou que os dados são referentes a homicídio doloso cometido contra mulheres, não sendo possível dizer quantos desses casos estão ligados ao feminicídio especificamente.

Para a psicóloga Rosivania Tosta, o primeiro passo é identificar que a vítima está dentro dessa situação, dentro de relacionamento abusivo.

“Existem sinais e sintomas. Tudo começa quando o homem menospreza, humilha, xinga a mulher. Ele começa com um ciúme compulsivo, patológico, ele tenta controlar, manipular e depois de tudo, iniciam as agressões físicas e muitas vezes as sexuais também”.

A psicóloga diz ainda que é possível identificar o perfil de um homem agressor.”Esse homem agressivo ele tem históricos anteriores. Geralmente são homens inseguros que geralmente tentam se afirmar no machismo, na força física. Isso mostra um comportamento socialmente construído”.

Por fim, a especialista ressalta que as vítimas devem procurar ajuda e tentar de alguma forma se prevenir para que casos como o de Patrícia não aconteçam.

“Quando a mulher ver que o homem entrou no campo da ameaça, ela precisa acreditar, ela têm que acreditar. A mulher precisa procuar ajuda com familiares, com policiais. Quando a vítima perceber que estão aumentando as agressões, não se deve minimizar em momento algum”.

Vale lembrar ainda que para denunciar violência doméstica, a vítima ou qualquer outra pessoa pode ligar no 180. Esse serviço foi criado em 2005 e é totalmente gratuito. As ligações podem ser feitas anonimamente através do número que funciona 24h.

Nossa equipe entrou em contato com o advogado que cuida do caso da professora Danielle Christina para saber se há alguma novidade, mas não conseguimos retorno.

 

 

 

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