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Quase 6 mil indígenas estão aptos a votarem: pela 1ª vez, urnas chegam de helicóptero para colher a votação do povo karajá

Com a ajuda de um helicóptero do Exército, equipes da Justiça Eleitoral realizaram a entrega de urnas eletrônicas na região da Ilha do Bananal, para que cerca de 1,2 mil eleitores indígenas, além da população das cidades, possam escolher seus representantes neste domingo (2), dia das Eleições Gerais. Em todo o estado são 5.793 eleitores que votam em aldeias indígenas.

A entrega começou por volta das 6h deste sábado (1º) e a primeira parada do helicóptero foi no município de Cristalândia, zona eleitoral responsável pelas seções indígenas na região. Por lá, oito urnas lacradas foram entregues para equipes de mesários e técnicos.

Toda a operação foi comandada pelo Exército. “Através do apoio logístico, podemos permitir que ocorra uma votação, que todo o brasileiro, mesmo os que estão mais distantes, consigam estar realizando sua votação e direito democrático de eleger seus candidatos”, destacou o comandante Adenir.

Como o acesso aos municípios e à região é difícil, o helicóptero ajudou a acelerar os procedimentos para o pleito deste domingo.

Do alto, é possível ver os efeitos da estiagem nos rios. Com a falta de chuvas, o volume de águas diminui e diversos bancos de areia se formam. Isso também dificulta o transporte das urnas eletrônicas. Com uma distância de 700 km, as equipes levariam pelo menos dois dias se a operação fosse por terra.

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Em São Félix do Araguaia, já no estado do Mato Grosso, parte das urnas tiveram como destino a aldeia Sata Isabel.

Também foram entregues equipamentos que vão atender cerca de 300 moradores da aldeia Macaúba, localizada no norte da Ilha do Bananal. Para a entrega na região, o helicóptero pousou na cidade de Santa Terezinha, também no Mato Grosso.

O caciques de aldeias da Ilha do Bananal destacaram a importância da ação para que os indígenas possam exercer seu poder de voto. “Facilita muito para alguns idosos que não dão conta de ir para cidade votar” disse Renato Karajá, da aldeia Macaúba. “Para nós é muito importante, facilita porque tem muitas aldeias”, completou o cacique da aldeia São João, Diego Karajá.

Essa é a primeira vez que as urnas que vão colher a votação do povo karajá vão de helicóptero. “O indígena tem vontade de participar do processo eleitoral. Nos últimos anos temos assistido no estado do Tocantins, dentro das quatro principais etnias, a menor abstenção de votos no geral das eleições. Ele quer escolher seus representantes e lutar por seus direitos”, disse o juiz eleitoral Wellington Magalhães.

“Se houver alguma intercorrência, vamos ter facilidade em resolver”, explicou a promotora Janete de Souza Santos, que também acompanhou o transporte das urnas.

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