Uma expedição conduzida por pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Universidade de Brasília (UNB) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (ICMBio – RAN) resultou na redescoberta de uma espécie de lagarto que não era avistada há quase duas décadas no Tocantins. O réptil, pertencente ao gênero Bachia, é notável por seu corpo serpentiforme, assemelhando-se a uma serpente.
O professor e pesquisador Thiago Portelinha esclareceu que, embora a espécie se pareça com uma cobra, ela não é venenosa, e a população não precisa temer o pequeno lagarto. A expedição ocorreu entre o final de setembro e o início de outubro, focalizando a zona rural de Miracema do Tocantins.
A espécie, originalmente descoberta em 1999 durante estudos sobre o impacto ambiental da Usina Hidrelétrica de Luís Eduardo Magalhães, havia sido formalmente reconhecida em 2007. Desde então, nenhum exemplar havia sido observado na natureza. Os novos lagartos foram encontrados próximo ao local onde a espécie foi inicialmente registrada.
Embora a região onde os lagartos foram localizados atualmente não esteja protegida como uma unidade de conservação de proteção integral, os pesquisadores destacaram a necessidade de estudos populacionais a longo prazo e monitoramento para compreender melhor a situação.
O lagarto, seletivo em relação ao habitat, é particularmente difícil de ser observado, sendo encontrado em áreas específicas chamadas de “tombadores de areia” ou paleodunas do rio Tocantins. A descoberta é considerada de grande importância para o conhecimento e conservação da biodiversidade da região. A expedição faz parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção do Cerrado e Pantanal (CERPAN).