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Repercussão: sindicalistas temem queda de credibilidade no Plansaúde após operação

Texto: Jornalista Brener Nunes

(Divulgação/SISEPE)

Sindicalistas foram pegos de surpresa com a Operação Marcapasso da Polícia Federal. Em entrevista à Gazeta do Cerrado na manhã desta quarta-feira, 8, o presidente do Sindicato Dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins, Cleiton Pinheiro,  declara que a maior preocupação é a queda da credibilidade do Plansaúde. “Isso está acabando com a credibilidade do plano, os médicos podem se descredenciar. E os maiores prejudicados serão os servidores públicos, seus dependentes e a população”, afirma.

“Vejo tudo isso com muita tristeza e preocupação, um plano que deveria estar cuidando das pessoas, está as roubando”, relatou.

Cleiton diz que o Governo também é culpado. “Já tentamos inúmeras vezes mudar o sistema de compras, realizar algo mais direto. Mas o Estado vem segurando porque alguém estava se beneficiando”, declara Pinheiro.

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Cleiton afirma que sempre defendeu que o plano não é deficitário, mas falta uma boa gestão. “Falta uma boa gestão ali dentro. Sempre sugeri que o governo dirigisse o Plansaúde”.

“Já estamos passando por dificuldades com essa falta de pagamento do governo. Estamos com atendimentos suspensos no Bico do Papagaio, Gurupi e Dianópolis”, declara o presidente.

Entenda

O superintendente regional da PF, Arcelino Vieira Damasceno, explica que o principal foco da investigação é apurar os recebimentos de vantagens indevidas por partes de alguns médicos.

Segundo o superintendente, também foi constatado que médicos estão utilizando equipamentos da rede pública em seus consultórios particulares.

“Eles recebiam valores por partes de empresas fornecedoras de equipamentos chamados OPMEs (órtese, próteses e materiais especiais) como uma forma de rateio, de um superfaturamento do produto. Da seguinte forma, o produto tinha um determinado valor, só que ele era cobrado do plano de saúde um valor bem acima do valor real dele”, explica Arcelino.

De acordo com a PF, o esquema de corrupção foi verificado tanto em licitações do Sistema Único de Saúde (SUS), feitas pela Secretaria Estadual da Saúde (SES/TO), quanto nos pagamentos realizados pelo Plansaúde, que é o Plano de saúde do colaborador público estadual.

Segundo a PF, cerca de 330 policiais federais cumprem 137 mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal de Palmas – TRF1, sendo 12 mandados de prisão temporária expedidos, 41 mandados de condução coercitiva contra empresários e 84 mandados de busca e apreensão nos Estados do Tocantins, Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Paraná, Bahia, Ceará, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O nome da operação é uma alusão a um dos itens mais simbólicos e conhecidos da área de cardiologia, o marca-passo. Esse era um dos itens que integram alguns dos editais “fraudados” em procedimentos licitatórios na área de cardiologia na rede pública de saúde do Estado do Tocantins.

 

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