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Sabatina PlanSaúde: Deputados apertam e fazem perguntas ácidas; Inejaim diz que Claudinei não tem participação nenhuma no plano

 

Equipe Gazeta do Cerrado

Os deputados estaduais começaram a ouvir na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 27, o presidente do Plansaude, Inejaim Siqueira e o secretário da Administração, Edson Cabral sobre o Plansaúde.

O clima na Assembleia é de espera para começar a sabatina. A casa está lotada. Os deputados vão querer explicações também sobre acusações que veicularam num áudio na última semana sobre suposta cobrança de propina no Plano.

O deputado Valdemar Jr. explicou que o objetivo do seu requerimento de convocação do secretário da Administração e diretor do Plansaúde é conhecer o funcionamento do plano e apurar possíveis irregularidades, mas sem adentrar os casos específicos de corrupção denunciados em áudios nas redes sociais, pois seria para averiguação da polícia.

Ao começar sua fala o Secretário Cabral afirmou que o Plansaúde é um patrimônio dos servidores do estado do Tocantins.

Ele apresenta manchetes.de jornais nacionais que trazem a crise dos planos de saúde, fechamentos e desequilíbrios. Conta que ele mesmo deixou o plano de saúde em razão do custo alto dos servidores federais e aderiu ao Plansaúde.

“O Brasil tem um mercado de saúde fragmentado e complexo, composto por duas grandes esferas: a pública e a privada. No meio, temos os planos de saúde. No caso o Plansaúde foi criado como um benefício ao servidor para ter uma qualidade de vida melhor”, alega.

Segundo Cabral, o Brasil tem um mercado de saúde fragmentado e complexo, composto por duas grandes esferas: a pública e a privada. “No meio, temos os planos de saúde. No caso o Plansaúde foi criado como um benefício ao servidor para ter uma qualidade de vida melhor”, disse.

Ele defendeu o SUS, um grande conquista dos brasileiros. “Mas o setor privado de saúde é promissor no Brasil, população vivendo mais e com mais preocupação com a saúde. Grandes grupos de saúde estão se organizando, pois é um mercado promissor. As farmácias se organizando em grandes redes ou serviços de saúde como Medprev ou o Medhelp”, disse.

Ele afirmou ainda: “mas os planos de saúde é um setor marcado de conflitos. Médicos reclamam do valor por consulta, usuários reclamam que não tem opções de profissionais”, disse.

Cabral disse ainda que mais ou menos um ano atrás havia uma licitação feita e outra empresa deixando a gestão do Plansaúde: “mas fizemos a transição e voltamos a operar normalmente”, disse.

“não podemos aceitar que o plano de saúde, mais número de vidas no Estado em um plano, um prestador de serviço suspenda o atendimento de forma abrupta. No novo edital de credenciamento isso não será possível. Ninguém é obrigado a aderir ao Plansaúde , mas se entrou, não interromper o atendimento”, disse.

Atualmente são 81.478 vidas no Plansaúde.

Conforme Cabral, “o Plansaúde está em caminho de fechamento em final de 2018, mas voltou a crescer em número de usuários. Porém o perfil do usuário do Plansaúde, temos maioria na terceira idade e meia idade. Número alto de exames em comparação as consultas, atendimentos de urgência ou internação de urgência.


“Dos 693.795 dos procedimentos autorizados, 314.976 foram exames laboratoriais. Dados de Janeiro a maio de 2019. Maior custo do Plansaúde é com exames e internação de urgência”, diz o secretário

“Do universo dos planos de saúde no Tocantins, o maior é o Plansaúde”, afirmou.

“A atual gestão trabalha com um prazo de 90 dias para pagar os prestadores de serviços, período para auditoria dos procedimentos, mas poderá chegar a 45 dias logo. Também a atual gestão fez uma grande economia”, alega.

Cabral disse ainda que a contrapartida do governo no Plansaúde é de mais de 50%. “Sem medo de errar, a maior contribuição do Brasil”, afirmou.

Cabral disse que as metas do Plansaúde para este ano é o incentivo à prática esportiva, consultas preventivas, acompanhamento mensal do grupo de risco.

Ele concluiu sua longa explanação: “Cabral: quero que reflita uma coisa, há 43 anos comecei a trabalhar, atuei em diversos projetos no setor público e privado. Gestor público nesse país está muito difícil, somos taxados de ladrão na primeira hora. Não fecho minha porta para ninguém, são diversos pedidos de informação do TCE, sindicatos, imprensa, entendo todos. O Plansaúde é um grande patrimônio dos servidores do Estado, mas precisa passar por adequações. Já atendi todas as demandas solicitadas pelo TCE e pelo MPE. Agradeço a Assembleia pela convocação, mas acredito que convite seria mais elegante”, disse.

Elenil explicou que o regimento interno da Assembleia não prevê a palavra do convite, mas sim o termo convocação.

Amália Santana disse: “utilizei demais o Plansaúde comigo e com o meu pai que veio a óbito. Fui muito bem atendida, mas em Brasília não tive êxito. Fui bem servida pelo Plansaúde”, disse.

A deputada Vanda Monteiro apertou: “somos cobrados pela sociedade e estamos aqui para fiscalizar e tenho algumas perguntas da comunidade. Qual o valor mensal do Plansaúde? E porque o não repasse às clínicas médicas, pois os descontos são feitas dos salários dos servidores? O Plansaúde pode ser gerenciado pelas associações que representam servidores? Como o usuário pode se sentir seguro em relação ao Plansaúde, sobre o regular funcionamento? Diante das irregularidades ditas em áudio nas redes sociais, o que é o governo tem a dizer?”, disse.

Cabral respondeu: “o Plansaúde é viável e com condições de fazer o bom atendimento. Sobre a gestão feita pelos representantes dos servidores, vamos encaminhar um projeto de lei à Assembleia de melhorias no plano. Sobre os áudios, as supostas ilegalidades serão apuradas. E também estamos melhorando o credenciamento dos prestadores de servico e assim ampliar o número de médicos. O Estado está enfrentando um problema, que é o equilíbrio fiscal, e os recursos do Plansaúde impactada o gasto com pessoal”,disse.

Nilton Franco apertou em seguida: “Nilton Franco: como usuário do Plansaúde há 32 anos, pergunto ao diretor do Plansaúde. Qual o valor da dívida com os prestadores de serviço? O usuário paga em dia e Por que não faz o repasse em dia também aos prestadores de serviço? Conhece o sobrinho do governador Claudinei? Por que o Hospital Oswaldo Cruz foi descrendenciado?”, perguntou.

Inejaim respondeu: “Estou há três meses na gestão do Plansaúde, onde vejo que estava sucateado. O Plansaúde passa por uma reestruturação, conversamos com os vários prestadores pelo Estado e precisamos passar por uma reformulação da lei, revitalizada e modernizada. Temos total condição de fazer a reestruturação. Temos 72 milhões em auditoria para fazer os pagamentos. O Oswaldo Cruz não foi descredenciado, ninguém foi. Estamos com edital de credenciamento aberto. Conheço Claudinei há alguns anos e ele não tem participação nenhuma no Plansaúde. Tudo que estamos fazendo é para melhoria do plano, como a implantação da identificação biométrica”, disse.


A Reunião está sendo presidida pelo deputado, presidente da Comissão, Elenil da Penha.

Sindicalistas também acompanham e lotam a sala das comissões.

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