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Secretária destaca a importância da Formação em Libras

 

Professores da rede estadual de educação que compõem as Diretorias Regionais de Educação (DREs) de Miracema, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, Palmas, Gurupi, Arraias e Dianópolis participam, dos dias 22 a 26 de maio, do 1º Encontro de Formação Continuada de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Realizada pela Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), por meio da Gerência de Educação Especial, a formação objetiva preparar o educador da rede estadual para uma educação inclusiva e de qualidade aos estudantes com deficiência auditiva, além de potencializar análises, debates e reflexões sobre a educação de surdos em todos os níveis de ensino.

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Nesta segunda-feira, 22, a secretária professora Wanessa Zavarese Sechim visitou os cursistas no auditório do Hotel Turim e destacou a alegria em realizar essa formação. A titular da pasta lembrou que foi apresentada uma proposta pedagógica baseada nos resultados da educação pública do Tocantins para ofertar formações aos professores e coordenadores pedagógicos, pois segundo ela, “só uma equipe técnica preparada é capaz de alcançar resultados efetivos na aprendizagem nos mais diversos níveis e especificidades”.

“Precisamos garantir aos nossos professores uma fluência na Língua Brasileira de Sinais, pois na escola pública temos a obrigação de matricular todos os que nos procuram. As formações permitem que tenhamos estrutura para receber o aluno e garantir o direito de que todos aprendam. Sabemos que temos pessoas surdas que concluíram o ensino superior e que estão inseridas no mundo do trabalho, e precisamos aprender, aprender para ensinar e garantir o direito de uma educação de qualidade para todos”.

“Atualmente, temos diversas salas de recursos multifuncionais em todo o Estado, e os estudantes podem utilizá-las nos contraturnos das aulas, devemos fazer com que as famílias tenham consciência da importância desse atendimento educacional especializado. Conhecer a realidade e as necessidades de cada estudante faz com que ofertemos uma educação diferenciada, o que resulta não apenas no atendimento e no acesso, mas na sua permanência e aprendizagem no âmbito escolar, que hoje é o nosso maior desafio”. Professora Wanessa Zavarese Sechim frisou que todos da rede devem estar capacitados, pois hoje um docente pode não ter nenhum aluno com deficiência, mas ele pode vir a ter no próximo ano, no próximo semestre, e ele deve estar preparado para este desafio.

Dados

No Tocantins, dos 180 mil estudantes matriculados na rede pública, 450 alunos são surdos. Paola Regina Martins Bruno, gerente da Educação Especial, lembrou que a Língua Brasileira de Sinais é a principal ferramenta de comunicação entre aluno, professor e sociedade, pois só assim ele terá conhecimento necessário para um crescimento pessoal e profissional. A gerente lembrou ainda que dentre os avanços conquistados, ao longo dos anos, destaca-se a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste ano será ofertada aos surdos em língua de sinais.

Vilani Sales Amado, docente da Escola Estadual Porto do Rio Maranhão, em São Salvador do Tocantins, contou que a unidade possui nove alunos com deficiências, destes, um é surdo. “Essa formação contribuirá para o desenvolvimento do nosso trabalho junto à escola, pois auxiliaremos os demais colegas, sendo multiplicadores desta formação, assim como complementação da nossa vivência enquanto profissional e nos ajudará a auxiliar as famílias dos deficientes e também melhorias enquanto mãe, cidadã e profissional”.

A professora Márcia Valdise, do Centro de Ensino Médio Santa Rita de Cássia, relatou que na unidade em que trabalha, há cinco alunos surdos, destes, quatro usam aparelho auditivo e não sabem ler e, tampouco, conhecem a língua de sinais, por acreditar que não necessitam. Diante deste cenário, o que fazer para conscientizá-los sobre a importância de Libras?

Professora surda Roselba Gomes de Miranda, consultora da formação, explicou para a docente que se trata de um caso comum, em que os familiares buscam estimular a fala do deficiente, e por não conhecer a língua de sinais, desenvolvem alternativas para compreender e desenvolver o diálogo. Diante disto, é importante trabalhar não apenas com o aluno, mas principalmente conscientizar os responsáveis pelos alunos com deficiência, e que é possível, apesar de todas as dificuldades, vencer essa barreira de comunicação, já que a língua de sinais é uma ferramenta crucial neste processo.

O curso, com duração de 80 horas presenciais, encerra o 1º encontro nesta sexta-feira, 26, e conta com a participação de 85 professores da rede regular de ensino, educadores das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) e alunos surdos do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS). O próximo encontro acontece dos dias 5 a 9 de junho. Desde abril, mais de 180 educadores da rede estadual já participaram da formação. Além da secretária; a Superintendente de Desenvolvimento da Educação, Jucylene Maria Borba; a diretora da Diversidade e Projetos Educacionais, Tereza Luiza Nunes; e a gerente de Educação Especial, Paola Regina Martins Bruno, acompanham as atividades.

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