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Sem manifestações a favor, audiência sobre transposição dá luz a polêmica; Ong propõe rede de proteção aos recursos hídricos

(Foto: Maria José Cotrim)

Maria José Cotrim

As discussões sobre a transposição do Rio Tocantins seguiram durante toda a tarde na audiência pública na tarde de hoje. Não houve nenhum posicionamento a favor durante o evento.

A audiência serviu para esclarecer informações sobre o projeto e trouxe uma constatação: nem mesmo o Ministério de Integração Nacional tem um estudo robusto e detalhado sobre a viabilidade. Em meio a tanta polêmica, foram feitas críticas ao custo do projeto e a falta de estudos.

O secretário do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Aldo Araújo se manifestou contra: ” É inviável a transpo Gvsição, queremos deixar o aval que ele tem que ser debatido com a sociedade”, disse.

O coordenador do Fórum Tocantinense de Comitês de bacias hidrográficas, Mário de Sena disse que a região do Manoel Alves sofre uma das maiores estiagens que atinge mais de 30 mil famílias. ” Não temos esta abundância de água para tirar do Tocantins”, disse.

Ele disse que o dinheiro do projeto tem que ser usado para preservação das nascentes. “É preciso bom senso, o problema é gestão e não água”, disse defendendo a sustentabilidade.

A vice-presidente da Associação de Conservação do Meio Ambiente e Produção Integrada de alimentos da Amazônia- Gaia, Marli Teresinha propôs a criação de uma rede analítica envolvendo os comitês de bacias, governos e órgãos estaduais e meio ambiente e citou os conflitos por questões da água como alguns que ocorrem em Araguaína e Formoso da Araguaia. ” Os conflitos que vivemos estão nas mesas dos juízes mas estão também nas bocas das pessoas e não leva em conta também as mudanças climáticas”, citou.

” A fauna e flora, o clima e o microclima precisam também da água, não podemos consumir 100% de um rio”, disse em outro trecho. Ela apontou uma gestão precária da gestão dos recursos hídricos.

Na parte de perguntas e posicionamentos abertos aos participantes vários tocantinenses falaram.

Um representante da colônia de pescadores dos 8 mil que existem no Estado, se manifestou contra. ” Que isso fique só no papel mesmo, somos contrários”, disse.

Muitos cobraram estudos para conhecer melhor as bacias hidrográficas. O suplente de senador, Donizetti Nogueira também questionou qual a participação da população no assunto. ” Vamos aproveitar a oportunidade para recuperar a bacia”, disse ao propor um estudo e buscar recursos para recuperar o rio.

Outro pescador disse ter ficado impressionado com a falta de apoio ao projeto. O representante do Ministério nas réplicas aos questionamentos voltou a dizer que a transposição é apenas uma hipótese, uma das alternativas de garantir a segurança hídrica no São Francisco.

O deputado Eduardo Siqueira também fez fala no evento e disse que na Assembleia todos os deputados são contra. ” Há unanimidade na Assembleia contra esta proposta”, disse.

Ele elogiou a atuação da senadora no assunto: ” Temos a pessoa certa no lugar certo e na hora certa”, disse.

O encaminhamento final foi contrário ao projeto.Outras duas audiências serão realizadas em Brasília.

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