Ícone do site Gazeta do Cerrado

Sem os números do Matopiba produção de grãos deve aumentar 14,2%

Foto – DIvulgação

Por Antonio Neves

A expectativa é que a Conab realize o mapeamento da oleaginosa da safra 2021/2022 nas regiões produtoras do Maranhão (MA), Tocantins (TO), Piauí (PI) e Bahia (BA) (Matopiba)

As chuvas dão sinais de estabilidade nas principais regiões produtoras de grãos do Brasil. A previsão é de uma safra de grãos recorde para o período, com o acréscimo de 35,87 milhões de toneladas em relação ao volume obtido no ciclo anterior. Em um primeiro levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de um aumento de 14,2%, que, se confirmado, elevará a produção total a 288,61 milhões de toneladas, registrando um novo recorde para a agricultura nacional.

As máquinas já estão em campo nas regiões do Brasil Central e Sul do país dando início ao plantio das sementes. O destaque entre as culturas é para o cultivo de soja, que apresenta tendência de aumento tanto de área cultivada como de produção. De acordo os dados da Conab, a área a ser semeada somente a de oleaginosa deve crescer 2,5%, passando de 38,9 milhões de hectares para 39,91 milhões de hectares. Os dados elevam a autoestima do produtor e a expectativa de produção deve alcançar 140,75 milhões de toneladas, o que mantém o país como o maior produtor mundial do grão.

Publicidade

Por regiões

Nos estados do Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Santa Catarina (SC) e Paraná (PR), as atividades seguem em ritmo mais acelerado em comparação ao mesmo período do ano passado e na região do Matopiba não é diferente onde também os produtores já deram início ao plantio.

Desde o início de outubro, as áreas estão sendo preparadas e os plantios das culturas de primeira safra estão em fase inicial. No Brasil, é possível cultivar três safras agrícolas, sendo que as culturas de segunda e terceira safras são cultivadas na mesma área em sucessão à colheita das culturas de primeira safra, sobretudo da soja.

Para este novo ano agrícola, o cultivo das culturas em sucessão à colheita das culturas de primeira safra soma cerca de 21,5 milhões de hectares. Com isso, para todas as culturas cultivadas na produção de fibras e grãos, são utilizados cerca de 50 milhões de hectares.

Milho, Arroz e feijão

Para o milho, está prevista recuperação na produção com previsão de aumento de 1,6% na área plantada, podendo chegar a 4,41 milhões de hectares, na primeira safra. A produtividade, neste primeiro momento, é estimada em 6.416 quilos por hectare, resultando em uma produção de 28,3 milhões de toneladas. No somatório para as três safras do produto, a Conab espera uma produção de 116,3 milhões de toneladas.

A produção de arroz deve se manter relativamente estável em torno de 11,6 milhões de toneladas. Já o feijão, tende a apresentar um ligeiro crescimento de 0,8% na área a ser semeada na primeira safra. Como o produto é cultivado ao longo do ano, o volume é ajustado dentro do próprio ano safra.

A estimativa é que a produção total de feijão chegue a 2,97 milhões de toneladas nas três safras. A produção da dupla (arroz e feijão), de acordo com as estimativas iniciais, garantiria o abastecimento do mercado interno.

Algodão

No caso do algodão é esperado um aumento de 10,2% na área plantada da cultura, totalizando 1,51 milhão de hectares cultivados. A produção de pluma tende a ser de 2,67 milhões de toneladas, volume próximo ao registrado na safra 2018/19. Entre as culturas de inverno, destaque para o trigo, que está em fase de colheita da safra 2021. O volume esperado para produção neste ano é de 8,19 milhões de toneladas.

Mercado

A partir deste levantamento, a Conab irá informar dois quadros de suprimentos para algodão, arroz, feijão e milho. Essa dupla informação será apresentada até o final da comercialização da safra 2020/2021. No caso do milho, por exemplo, os dois quadros serão apresentados até fevereiro do próximo ano, quando se encerra a 3ª safra do cereal.

Em relação ao mercado externo, o algodão em pluma e a soja seguem com cenário positivo. Neste levantamento, a Companhia manteve o volume previsto de 2,1 milhões de toneladas para a exportação da fibra de algodão na safra 2020/2021 e houve uma amena redução para os embarques previstos de soja para o período, que ficou estimado em 84,3 milhões de toneladas.

Mais especificamente sobre o milho, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em relação ao ano safra anterior, sendo mantida a estimativa de 22,0 milhões de toneladas exportadas do grão. Da mesma forma, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas.

Trigo

Quanto ao trigo, a Companhia espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,8% para esta nova safra. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em níveis mais confortáveis, sendo que a previsão é que fechem o ano em 1,09 milhões de toneladas, apresentando uma clara tendência de recomposição após duas safras de volumes reduzidos.

Em relação aos preços pagos aos produtores nas principais praças, observou-se, no mês de setembro em comparação com o mês de agosto, uma redução de 2,0% para o arroz no RS, queda de 6,1% nas cotações do feijão cores SP e estabilidade no feijão preto PR. Preços estáveis também para o trigo no PR e soja no MT e no PR. Em MT, foi registrado queda de 7,8% nos valores de milho e um ligeiro aumento de 1,4% nos preços do algodão.

Monitoramento da soja

Durante o webinário sobre 1º Levantamento da safra de Grãos, a Conab também apresentou os resultados do trabalho de mapeamento da soja nos estados de MT, MS, Goiás (GO) e Rondônia (RO). Realizada em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a iniciativa visa aprimorar a metodologia da estimativa da Conab.

Sobre o clima

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão oficial que mantém parceria com o Governo do Tocantins, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Sea-gro/TO), e proprietário das estações, nesse período de outubro, estamos sob influência la niña que estava com intensidade fraca e agora em situação moderada, mas a previsão de chuva para os meses de outubro, novembro e dezembro, segundo o instituto, está dentro da normal climatológica.

Desta semana até primeiro de novembro tem previsão de chuva abaixo de 50ml, e, do dia 02 de novembro até o dia 11 de novembro tem previsão de chuvas acima de 50 ml e o prognóstico para os próximos três meses tem previsão de chuvas de 600 a 700ml, ou seja, está dentro das normais climatológicas dos últimos 30 anos para o Estado do Tocantins.

Segundo a gerente de Agrometeorologia da Seagro/TO, Denise Coelho Gomes, “no último encontro com os profissionais da área climatológica, ocorrido no Palácio Araguaia, os meteorologistas foram unânimes em afirmar que nesse ano realmente as chuvas iriam se antecipar no mês de outubro e que o mês de novembro seria melhor estabilizadas e uniforme e que até dezembro as chuvas estariam dentro da normal climatológica”, afirmou.

Gerente de Agrometeorologia Seagro TO, Denise Coelho Gomes – Foto – Divulgação

Ainda segundo a gerente, “as previsões dos meteorologistas estão se confirmando. Agora em se tratando de clima mais tempo, feita essa previsão do clima o percentual de erro ele é maior então o ideal é que o produtor acompanhe essa previsão diariamente ou constantemente porque nós não temos controle sobre o clima”, disse, acrescentando que as previsões se confirmam e normalmente no mês de janeiro poderá haver um veranico – em se tratando do tempo, sempre há risco – “orientamos o produtor a acompanhar as previsões do tempo e clima no Portal da Agrometeorologia e/ou aplicativo Infotempo-TO”, finalizou.

Sair da versão mobile