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Servidores de município tocantinense podem ser condenados por “vender” imóveis do Minha Casa, Minha Vida

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) ajuizou ação civil por ato de improbidade administrativa contra três servidores públicos pela suposta participação em um esquema criminoso montado na Secretaria de Habitação de Araguaína, no qual se cobrava entre R$ 5 mil e R$ 7 mil de pessoas interessadas em obter um imóvel por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.

Os supostos participantes do esquema são uma ex-coordenadora de Área de Risco da Secretaria de Habitação, um ex-coordenador de Habitação e uma ex-assistente social da pasta municipal. As ilegalidades teriam sido praticadas entre 2015 e 2016.

Conforme as investigações, 200 casas do programa habitacional foram disponibilizadas em junho de 2015, para atender moradores que viviam em áreas de riscos de Araguaína. Depois de contemplar as pessoas listadas pela Defesa Civil, restaram 36 moradias, que foram “vendidas” através do esquema criminoso para pessoas não cadastradas no programa habitacional. Os integrantes do esquema justificavam aos interessados que o valor se referia a uma taxa cobrada pelo Município.

Além de quantias em dinheiro, também houve o recebimento de, pelo menos, um automóvel. A assistente social disse em depoimento que recolhia o dinheiro e o repassava para a coordenadora de Área de Risco, recebendo, de volta, uma parte. As casas terminaram não sendo entregues, o que levou “compradores” a ameaçarem a assistente social.

Diversos “compradores” também prestaram depoimento, confirmando a prática ilegal que acontecia na Secretaria de Habitação de Araguaína.

A ação civil por ato de improbidade administrativa foi proposta pelo promotor de Justiça Airton Amilcar Machado Momo no último dia 16, sendo distribuída à 1ª Vara da Fazenda Pública de Araguaína.

Penalidades

Com a ação judicial, o Ministério Público do Tocantins visa a imposição das penas de perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, pagamento de multa no mesmo valor, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o poder público e de receber benefícios ou incentivos fiscais.

O que diz a Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Araguaína, por meio da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação de Araguaína informou que não é parte da investigação, mas apenas os ex-agentes públicos envolvidos.
A pasta esclarece ainda que, após apuração interna, os servidores envolvidos foram imediatamente exonerados e denunciados pelo Município ao Ministério Público Federal.
E destaca também que não houve nenhum prejuízo à comunidade e as casas foram entregues às pessoas cadastradas no programa.
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