Ícone do site Gazeta do Cerrado

Servidores ouvidos pela Polícia Civil confirmam repasse de valores a filho de presidente da AL

Rogério Tortola – Gazeta do Cerrado

As pessoas convidadas pela Polícia Civil, para prestar esclarecimentos sobre a relação de trabalho que mantêm com a Assembleia Legislativa, no último dia 31, confirmaram a devolução de parte dos salários que recebiam como assessor parlamentar do deputado Toinho Andrade (PHS). Eleito presidente da Casa na sexta-feira, 01.

Das cinco pessoas ouvidas pela Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial Contra a Administração Pública – DRACMA, pelo menos quatro, confirmaram a devolução de parte dos vencimentos.

Conforme informaram os quatro envolvidos, eles não tinham nenhuma função na Assembleia e devolviam parte dos valores ao filho do deputado, Tony Andrade (PSD) que é vereador em Porto Nacional.

Segundo o gerente de uma loja de Porto Nacional, contratado pelo filho do deputado, de 2014 a 2015, recebeu mensalmente R$ 2.600,00 e devolvia R$ 2.200,00, em 2015 mudou de função e passou a receber R$ 5.500,00 e devolver R$4.600.

Uma outra pessoa, que trabalha com vigilância, declarou que foi convidada a trabalhar na Assembleia pelo próprio deputado e recebia mensalmente R$ 3.653,00 e que as vezes, cerca de 5 a 6 ocasiões no ano, devolvia R$ 1.000,00, para uma mulher de nome Socorro.

Outro depoente também relata a devolução de valores, uma professora de Porto Nacional recebia R$ 2.740,00 e devolvia R$ 2.200,00.

O prejuízo estimado aos cofres públicos, pelos investigadores, é de cerca de R$ 1 milhão.

O delegado Guilherme Rocha, da Dracma, preferiu não se manifestar sobre o envolvimento do deputado, mas podemos verificar junto aos autos que já existe um pedido ao Juiz de Porto Nacional, para que o inquérito seja remetido ao Tribunal de Justiça, considerando o foro privilegiado do deputado.

A Operação Espectro continua seus trabalhos, apurando os depoimentos prestados, outros servidores da Assembleia podem ser convidados a prestar esclarecimentos.

A Gazeta do Cerrado tentou ouvir o deputado, bem como sua assessoria sobre as investigações e declarações, mas não fomos atendidos. Nossa equipe chegou a procura lo no seu gabinete porém ele preferiu não falar.

O espaço está aberto caso queira se manifestar.

Sair da versão mobile