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Sete são resgatados de situação análoga à escravidão em fazenda

ação do Ministério do Trabalho resgatou sete pessoas que trabalhavam em situação análoga à escravidão em uma fazenda em Arapoema, norte do Tocantins. Em dois anos de trabalho, quatro dos trabalhadores teriam recebido um único pagamento de R$ 1,7 mil. Além disso, eles viviam em um curral. Inclusive um bebê de 1 ano e 3 meses.

A operação começou no dia 28 de março após denúncias de que trabalhadores estavam alojados em um curral, sem banheiro, água potável e salários. Foram resgatados um idoso de 69 anos e a mulher, que trabalhavam no local há dois anos. O neto deles, a companheira dele e o bebê. Eles conviviam com ratos, sapos, morcegos e insetos.

O idoso informou que pela proposta de trabalho receberia por produção, fazendo tarefas como reparo de cercas e cuidados com o gado. Porém, em dois anos de trabalho recebeu apenas um pagamento de R$ 1,7 mil pelo serviço de todos. Também foram resgatados dois adolescentes de 16 e 17 anos.

Para manter os trabalhadores, segundo o Ministério, a fazenda aplicava o sistema de endividamento. Isso quer dizer que os mantimentos e ferramentas eram comprados do proprietário da fazenda. Assim, quando o trabalhador era chamado para receber acabava tendo descontado as despesas.

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Conforme uma das vítimas, o gerente da fazenda informava que as despesas eram maiores do que o salário devido. Por causa disso eles eram obrigados a continua trabalhando para quitar a dívida. “Não consigo me lembrar da última vez que recebi algum dinheiro do patrão. Jamais imaginei sair dessa situação. Achava que minha vida tinha acabado aqui”, disse uma das vítimas.

O grupo foi resgatado e levado para a casa de parentes em Arapoema. O dono da fazenda não foi localizado, mas deve ser intimado para prestar depoimento. O Ministério Público disse que vai pedir o bloqueio de bens do homem e fazer uma denúncia criminal por imposição de trabalho escravo.

Se condenado, ele pode pagar multa e ainda pegar de dois a oito anos de prisão ou mais porque o crime envolve menores de idade. O homem também deve ser multado pelo próprio Ministério do Trabalho.

Outros casos
Outros oito trabalhadores permaneceram no local porque estavam alojamentos um pouco melhores. Porém, eles também tinham situação trabalhista irregular, pois estavam com pagamentos atrasados e sem as carteiras de trabalho assinadas.

Os agentes também fizeram visitas em fazendas próximas de Colmeia. Em duas foram encontradas irregularidades e em outra um outro trabalhador foi encontrado em situação de escravidão. Ele foi resgatado e levado para uma casa de apoio em Araguaína.

O dono da fazenda também não foi encontrado. Agora o ministério público disse que vai procurar os empregadores para regularizar as situações trabalhistas. Participaram da operação membros do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Defensoria Pública da União (DPU), e Ministério Público do Trabalho (MPT).

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