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Símbolos do Cerrado: Vários animais correm risco de extinção; Naturatins explica motivos e faz alerta

Foto -Wlainer Silva

O Fundo Mundial Para a Natureza (WWF-Brasil) lançou uma campanha de conscientização sobre o risco de desaparecimento de espécies animais que habitam o Cerrado. A organização não governamental alerta que o pato-mergulhão, tatu-canastra, onça-pintada, tamanduá-bandeira, logo-guará e anta, animais que são símbolos do bioma, estão em risco de extinção, tendo suas populações reduzidas em larga escala.

Segundo o WWF-Brasil, a intenção da campanha, que tem como tema “Proteger o Cerrado é proteger o futuro do Brasil”, é alertar que todos são impactados pela degradação do Cerrado, independente da região onde moram. “Os impactos que o Cerrado sofre podem afetar a biodiversidade e os recursos básicos para a vida, como o fornecimento de água e a segurança alimentar, além de ameaçar os povos e comunidades que vivem e dependem do bioma”, reforça a organização.

A bióloga Angélica Beatriz Corrêa Gonçalves, inspetora de Recursos Naturais do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), explica que os motivos que levam os animais ao risco de extinção são variados, mas todos estão relacionados à intervenção humana sobre os ambientes naturais, que acontece de várias maneiras: desde a ocupação de espaços com obras e construções, até a descaracterização de habitats com deposição de dejetos, lixo, rejeitos contaminantes, passando pela caça ilegal.

Outro fator que tem contribuído para o prejuízo da vida animal no Cerrado é o desmatamento. Por isso, o Naturatins atua no monitoramento da cobertura vegetal de todo o estado, com auxílio de aeronaves, drones, satélites e bancos de imagens a fim de coibir o desmatamento ilegal. “Assim, sempre que são identificados indícios de desmatamento ilegal, equipes de fiscalização são acionadas para diligências in loco e, conforme o caso, para a aplicação das sanções legais cabíveis”, enfatizou Eliandro Gualberto, diretor de Proteção e Qualidade Ambiental.

Livro Vermelho

Foto – Marcelo Barbosa

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançou em 2018 o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. O trabalho criterioso do Instituto contou com a participação de centenas de profissionais e instituições, o resultado foi um documento completo que, além da identificação do grau de risco de extinção de cada espécie, apresenta uma abordagem sobre o conjunto de circunstâncias que as colocam em risco, quais são e onde estão as ameaças que enfrentam e a sua associação com as atividades humanas.

O então diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, Marcelino de Oliveira, responsável pela publicação, explicou que, mais do que simplesmente apontar culpados, o objetivo de apontar os animais em risco é enxergar com maior exatidão os vetores de ameaças para melhor delinear as estratégias de conservação, que deverão implicar em medidas mais inteligentes e mais eficazes.

Critérios para a classificação

Foto – Fernando Alves

Angélica Beatriz explica que para um animal ser classificado como em risco de extinção são levados em conta diversos critérios estabelecidos e avaliados por especialistas de diferentes grupos taxonômicos – invertebrados, répteis, aves e mamíferos. “Os dados oficiais, seguidos por estados e municípios, são compostos pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio ICMBio, que apresentou a lista vigente de animais ameaçados e cujos estudos que confirmaram as espécies da lista tiveram o resultado oficializado na Portaria MMA nº 444/2014, que, por sua vez, também utiliza a base de dados da União Internacional para conservação da Natureza (IUCN), entidade composta de especialistas de todo o mundo, inclusive do Brasil, que realizam estudos ininterruptos para avaliar o status de conservação de todos os organismos pelo mundo”, pontuou.

Ainda conforme a bióloga, campanhas como a do WWF-Brasil são importantes porque é preciso que a sociedade como um todo compreenda a importância da conservação. “O que mais importa no momento para a proteção do Cerrado no Tocantins é garantir a efetiva implementação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (Lei 1560/2005) e a correta aplicação do Código Florestal para estabelecimento das Reservas Legais. O conjunto de ambientes conservados é a única estratégia no âmbito das políticas públicas capaz de oferecer locais saudáveis para a sobrevivência das populações animais”, sentenciou.

Para Marcelino de Oliveira, não é uma história do bem contra o mal ou de ambientalistas versus desenvolvimentistas. “Essa é uma história do quanto o conhecimento é essencial para a conservação da biodiversidade; é a base segura para um diálogo objetivo e transformador. Para isso, é preciso levar o tema do risco de extinção das espécies para uma discussão objetiva com os setores de desenvolvimento do País, pois esse mergulho e as soluções de compatibilização só serão verdadeiramente possíveis com sua colaboração”, reforçou.

Fonte – Ascom Naturatins

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