Ícone do site Gazeta do Cerrado

Sindicância é aberta para apurar caso de jovem que morreu após procedimento no Regional de Dianópolis; Secretário garante que não houve omissão

Maju Cotrim

A jovem Aline Soares faleceu no Hospital Regional de Dianópolis no dia quatro de Janeiro deste ano após nascimento do seu bebê na mesma unidade. A família fez uma nota de repúdio na qual faz vários questionamentos.

Aline deu entrada na sala de pré-parto no HRD às 7h para cesárea e laqueadura, já agendadas, e segundo a família lhe foi negada o direito de ter um acompanhante. A secretaria estadual de saúde afirmou á Gazeta que no momento a sala estava lotada mas que depois foi permitido o acompanhamento.

“Graças a Deus, o parto ocorreu sem intercorrências, segundo o hospital. Contudo, horas depois, Aline apresentou um sangramento e foi levada novamente ao centro cirúrgico, onde foi submetida a procedimentos que nos deixou confusos, incluindo a retirada do seu útero, sendo que ela estava fragilizada emocionalmente e fisicamente! Perguntas permanecem sem  respostas: como uma gestação saudável chegou a esse desfecho? Poderia algo ter sido evitado? O cuidado foi realmente tomado conforme o juramento de Hipócrates, que afirma “nunca causar dano ou mal a alguém”?”, relatou o jornalista Walber Cardoso, primo da jovem.

“Essa tragédia deixa um vazio imenso e a responsabilidade de alertar a todos sobre os direitos que não podem ser negados. Devemos lutar por uma saúde verdadeiramente humanizada, para que nenhuma outra família sofra essa dor que poderia ter sido evitada.É importante reconhecer que há profissionais dedicados e humanos no HRD, que honram seu ofício. No entanto, o comportamento de alguns, como o da assistente social que tratou a situação com frieza e descaso, não pode ser ignorado”, afirmou o jornalista.

O que diz a secretaria de saúde

O secretário Estadual de Saúde, Carlos Felinto conversou com a Gazeta sobre o assunto e afirmou que foi uma fatalidade.

“Ela foi atendida no tempo  correto, o parto foi normal e após um tempo ela começou a ter um sangramento e foi para o centro cirúrgico, foi feita uma Histerectomia mas ela não resistiu e veio a óbito”, explicou. O médico responsável pelo parto e pelo procedimento foi o Dr José Viana, profissional muito conhecido na região.

“Foi tudo conduzido dentro dos trâmites normais, o parto não teve nenhuma intercorrência”, disse o secretário. Foi tudo muito rápido e não houve tempo de transferir a paciente.

A secretaria de saúde abriu uma sindicância para apurar o que houve.

“O atendimento foi no tempo certo, não houve omissão nem postergação”, disse.

O secretário negou que haja falta de profissionais na unidade e disse que a pasta vem trabalhando para sempre melhorar e ampliar o atendimento no hospital referência na região.

Governador também acompanha

O governador Wanderlei Barbosa assim que ficou sabendo do caso falou com o secretário e pediu total apuração e acompanhamento junto a unidade.

Veja nota da secretaria

Nota

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que durante o atendimento à paciente Aline Soares Quirino, no dia 04 de janeiro, no Hospital Regional de Dianópolis (HRD), segundo a unidade, foram tomadas todas as medidas possíveis, dentro dos protocolos estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com a presença de acompanhantes; informações aos familiares e todos os procedimentos foram realizados por uma equipe multiprofissional qualificada, coordenada por um profissional experiente e de reconhecimento na região de saúde.

Primando pela lisura e transparência nos processos de trabalho, a SES-TO já determinou abertura de sindicância para a apuração do caso, bem como a análise do prontuário e a tomada das medidas cabíveis.

Por fim, a SES-TO lamenta profundamente o falecimento da paciente Aline Soares Quirino, e coloca-se à disposição da família, neste momento de dor irreparável.

Palmas, 07 de janeiro de 2025

Secretaria de Estado da Saúde

Sair da versão mobile