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Sintet reage e critica novo modelo de escolas que Araguaína quer implantar: “É coisa pra inglês ver”

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação- Sintet encaminhou nota na qual se manifestam contra o novo modelo de escolas que a prefeitura de Araguaína quer implantar.

Na nota, o Sindicato critica duramente a implantação de um piloto do novo modelo de escola. Após visita a duas escolas de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, nos dias 9 e 10, o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, implantará um projeto piloto de escola comunitária, pública, gratuita e com gerenciamento particular na cidade. O modelo foi implantado na capital gaúcha em 2018 com resultados positivos nas unidades escolares.

Veja a íntegra da nota do Sindicato sobre o assunto:

Araguaína: Sintet diz não à implantação de Escolas Charter

Sob o pretexto de “inovar e buscar melhorias” para a educação, a prefeitura de Araguaína, anuncia o início da privatização nas escolas públicas municipais. O projeto piloto que a gestão anuncia implantar se refere as Escolas Charter, modelo de origem americana, que nada mais é do que a privatização escancarada da educação pública.

O modelo permite que escolas públicas sejam gerenciadas com gestão privada. Isso significa que a prefeitura passará os recursos públicos de custo/aluno/ano para uma entidade fazer a gestão pedagógica e financeira da escola. É coisa pra inglês ver.

Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), a privatização da educação pública é inadmissível, trata-se de um retrocesso avassalador, que afetará principalmente os/as trabalhadores/as da educação, além de propagar a segregação de alunos.

Diante da medida anunciada o Sindicato questiona: qual seria o verdadeiro motivo da privatização das escolas públicas de Araguaína? O lavar as mãos da gestão municipal face a necessidade de se investir sistematicamente na educação? Velar os interesses empresariais dos grandes consórcios educacionais? A implantação da terceirização em detrimento da realização de concurso público?

O Sintet entende que o modelo Charter de escola, fracassado no seu país de origem, não traz nada de inovação, antes importa para a área da educação a lógica do mercado, como forma de acelerar a melhoria e a racionalização da educação adotando o monitoramento de metas restritas sob pressão; é antidemocrático, ocasionando o fim do diálogo com a comunidade escolar; reflete ainda no aumento da segregação pela classe de renda das famílias, bem como a exclusão dos alunos com baixo rendimento, incidindo ainda sobre o aumento da evasão escolar.

A implantação do modelo a ser adotado pela gestão municipal, copiado de Porto Alegre/RS nega toda a formação e capacitação dos profissionais da educação; nega a capacidade de gerir dos atuais diretores de escolas, inclusive a capacidade técnica da própria gestão. A medida ainda negligencia o trabalho de anos de estudos das equipes que elaboraram os planos nacionais (PNE), estaduais (PEE) e municipais (PME) de educação.

A classe trabalhadora, a maior usufrutuária da educação pública, com certeza será a grande prejudicada. A educação pública é responsabilidade do poder público, com gestão pública.

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