Conteúdo Gazeta do Cerrado
A comunidade indígena Xerente em Tocantinia recebeu A primeira etapa do processo de produção de alimentos para a segurança alimentar (Sistemão). O evento aconteceu nesta sexta-feira, 15, com presença da Chefe Geral da Embrapa, Danielle de Bem Luz.
Quem recebeu foi a Associação dos Brigadistas Akwe Xerente de prevenção e controle ás queimadas e incêndio.
Daniela afirmou está sendo inaugurado a parte da pecuária, da produção de peixes no sistema de modelo integrado de produção de alimentos na comunidade Xerente.
O líder Pedro Paulo Xerente agradeceu o empenho da Embrapa e do senador Eduardo Gomes apoiador do projeto. “é uma emoção muito grande estar nesse momento sendo beneficiado com um projeto com magnitude e tamanha. Nós estamos falando de uma comunidade indígena, estamos falando de um povo que por muitas vezes é massacrado, é falado que é contra o desenvolvimento, que hoje a gente vê o contrário disso, a gente vê o apoio de um senador da República, a gente vê o apoio de um órgão que é referência mundial. Em termos de pesquisa e tecnologia, e que é um dos grandes idealizadores desse projeto que está aqui conosco, então houve todo um processo de construção coletiva, usando-se sempre a parceria entre o conhecimento tradicional, o conhecimento tecnológico trazido pela Embrapa”, afirmou.
E complementa que hoje está materializado um projeto com tamanha importância para o seu povo. “Nós produzimos peixes, algo que é da nossa cultura, que é da nossa tradição e também produzir alimentos, através da irrigação oriunda desse projeto de piscicultura”, finalizou Pedro Paulo.
Os dois tanques escavados de 150 metros cúbicos vão produzir, inicialmente, tambaquis e, posteriormente, caranhas. A água fertilizada dos tanques contendo os resíduos dos peixes será utilizada para a irrigação do plantio de banana, açaí e outras culturas para a alimentação dos indígenas, formando, assim, um sistema sustentável. Os tanques têm capacidade de produção de 1.200 quilos de peixe a cada seis meses. Com esse modelo integrado, será possível gerar renda e alimento para a comunidade local.
A demanda para a instalação do sistema de produção surgiu da Associação dos Brigadistas Xerente, vinculados ao PrevFogo do Ibama, que possuem uma base na aldeia. Segundo Pedro Paulo Xerente, coordenador da Funai Araguaia Tocantins e um dos articuladores do projeto, o objetivo era tornar a base auto sustentável, capaz de produzir alimentos para consumo e com a possibilidade de comercialização do excedente.
Alternativa de baixas emissões
O Programa Jurisdicional de REDD+ do Tocantins vai propor alternativas de produção de baixas emissões para subsistência e geração de renda das comunidades, conforme as metas da Estratégia Tocantins Competitivo e Sustentável, como explica a superintendente de Gestão de Políticas Públicas Ambientais da Semarh, Marli Santos.
“Na construção das salvaguardas socioambientais, exigidas no processo de certificação dos créditos de carbono florestal jurisdicional, o Estado vai ouvir a opinião dos povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares, além dos médios e grandes produtores rurais, para desenvolver projetos e ações com investimentos do REDD+ e este é um ótimo exemplo que vamos levar”, afirma.
Para isso, a Semarh estuda a elaboração de um arranjo institucional com a Embrapa, a Secretaria da Pesca e Aquicultura (Sepea), dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e a Tocantins Parcerias (Topar) que possibilite a ampliação do projeto no estado.