Cidade de Palmas – Foto – Luciana Pires/Prefeitura de Palmas
Após dois anos paralisada devido à pandemia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2022.
No Tocantins, foi apontado que 63,8% da população reside em domicílio próprio de algum morador que já foi pago. No último levantamento, de 2019, o dado mostrava 66,7% nesta condição. Já o imóvel próprio, mas que o morador ainda paga, ocupa uma parcela de 2,8%. Os domicílios alugados cresceram 5,8 pontos percentuais (p.p.), atingindo 23,4%. Palmas é destaque no Brasil neste quesito, tendo 44% dos domicílios alugados. Só entre as pesquisas, a capital cresceu 6,4 p.p., tendo mais que o dobro da média nacional (21,1%). A variável ainda mostra que no estado 11,0% das residências foram cedidas.
A pesquisa também constata o material predominante nas estruturas dos domicílios. Nas paredes externas, 87,4% dos lares tocantinenses são de alvenaria/taipa com revestimento e 11,3% do mesmo modo, mas sem revestimento. Já as que foram construídas de madeira apropriada para construção representaram 1,0% e de “outros materiais”, 0,4%.
Nas coberturas (telhados), as telhas sem laje de concreto estavam presentes em 91,6% dos domicílios tocantinenses, enquanto as com laje de concreto eram 6,9%. 0,3% possuíam apenas laje de concreto e 1,2% feitos em outro material.
Em relação ao piso dos lares no estado, 68,6% eram compostos de cerâmica, lajota ou pedra. Madeira apropriada para construção estava presente em 0,1%, outros materiais em 1,4% e cimento em 29,9% das residências, mais que o dobro da média nacional (12,2%).
96,9% dos domicílios tocantinenses tem acesso à água diariamente
A rede geral de distribuição de água no Tocantins abrange 84,5% dos domicílios. Os que tem o fornecimento direto de poços profundos ou artesianos são 8,1% (29,7% em áreas rurais) e em poços rasos, freáticos ou cacimbas 4,4% (13,6% na zona rural). Os tocantinenses que tem como principal ponto de água fontes ou nascentes representam 2,3% geral e 13,8% em área rural e em “outra condição” 0,6%, tendo um número quase 22 vezes maior em áreas rurais, com 10,9% da distribuição nesta modalidade.
Devido à abundância de água que temos no estado, a disponibilidade do recurso para os tocantinenses é alta, ou seja, 96,9% recebem água diariamente. Sendo assim, 1,9% tem acesso de 4 a 6 dias na semana e apenas 0,9% entre 1 a 3 vezes semanalmente.
Tocantins fica em 2º lugar entre os estados com menor taxa de esgotamento sanitário por rede coletora
O Tocantins fica bem abaixo da média nacional quando o assunto é esgotamento sanitário dos tipos rede geral/pluvial ou fossa séptica ligada à rede. Segundo a PNAD, 39,8% dos domicílios tocantinenses estão na categoria, enquanto o Brasil alcançou 69,5%. Mesmo assim, o estado ainda supera o número da região norte (31,1%). Fossas sépticas não ligadas à rede representam 16,3% do destino.
A categoria “outro tipo”, que inclui fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar ou outras formas de escoadouro é a maior no estado, possuindo 40,1%. Nacionalmente, a taxa é a segunda maior dentre as unidades federais, atrás apenas do Amapá (47,3%).
“Ainda que no período tenha havido um pequeno avanço do esgotamento sanitário por rede coletora, boa parte dos domicílios do País permanece sem acesso a esse serviço. Além disso, em 2022, 14,1% do país dos domicílios recorriam à fossa rudimentar ou a outras formas inadequadas de lançamento do esgoto, como diretamente em valas, rios ou mar, o que traz riscos à saúde humana e ao meio ambiente” explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
Queima de resíduos é o principal destino do lixo em 10,7% dos domicílios no estado
86,3% do lixo produzido pelos domicílios tocantinenses é coletado diretamente por serviço de limpeza. Já a parcela coletada em caçamba de serviço de limpeza representa 4,3%, enquanto a categoria “outro destino” foi de 2,1%.
Em relação ao dado que mostra a queima dos resíduos na propriedade, o Tocantins ocupa a 12ª colocação na classificação dos estados que mais tem esse hábito, com 10,7%. São 3,9 p.p. além da média nacional de 6,8%.
99,6% dos domicílios tocantinenses possuíam energia elétrica em 2022
No Brasil todo, 2022 foi um ano que o acesso à energia elétrica atingiu cobertura praticamente universal. A média nacional é de 99,8% que utiliza rede geral ou fonte alternativa e, apesar de na urbana ser 99,9%, a área rural também tem um índice alto, tendo 99,0% de funcionamento.
O estado do Tocantins tem 99,6% de fornecimento vindo da soma da rede geral ou fonte alternativa e, se contar só a rede geral, 99,4% dos moradores usufruem apenas dela. Na adição das fontes, a média na zona urbana é de 99,7% e da área rural de 99,3%.
Cresce número de posse de carros e motos no Tocantins
No levantamento feito em 2019, 39,6% dos domicílios tocantinenses possuíam carro. Em 2022, o número saltou para 45,9%. A PNAD também mostrou aumento de 2,2 p.p. na totalidade de motos, saltando de 44,9% em 2019 para 47,1% no último ano. Vê-se, também, que os lares que tem adquiridos tanto carro e moto seguiu a tendência de alta. A pesquisa constatou 20,7% nesta condição.
15,6% dos domicílios no Tocantins tinham apenas um morador
O número de unidades domésticas que contavam com apenas um morador cresceu 1,4 p.p frente a 2021 (15,6% ante 14,2%). Na comparação com o início da pesquisa, em 2012, o crescimento é de 4,4 pontos percentuais, já que na ocasião eram 11,2% de pessoas assim.
Entre as pessoas que moravam sozinhas, 43,7% tinham entre 30 e 59 anos e 35,3% eram idosos (60 anos ou mais).
Em 2022, o arranjo domiciliar mais frequente estado, encontrado em 64,7% dos domicílios, era o nuclear (casal com ou sem filhos, inclusive adotivos, enteados ou de criação). São também nucleares as unidades domésticas monoparentais (com somente um dos pais morando com os filhos).
As demais formas de arranjo domiciliar eram a unidade estendida (pessoa responsável pelo domicílio com pelo menos um parente) com participação de 17,5% em 2022, e as unidades domésticas compostas (pessoa responsável, com ou sem parentes e pelo menos uma pessoa sem parentesco), representavam 2,1% do total de domicílios ocupados.
De 2012 a 2022, proporção de idoso na população sobe de 7,9% para 12,2%
A população tocantinense abaixo de 30 anos caiu para 48,5% em 2022. Em 2012, essa estimativa era de 57,3%. Já a população de 30 anos ou mais de idade cresceu, atingindo 51,5% em 2022 contra 42,7% em 2012.
Entre 2012 e 2022, destaca-se também a queda da participação das pessoas de 10 a 13 anos (de 18,2% para 13,1%) e o crescimento na faixa de 50 a 59 anos: 7,7% em 2012 ante 10,2% do último levantamento.
Em 2022, a parcela de pessoas idosas (com 60 anos ou mais de idade) representava 12,2% da população, frente à estimativa de 7,9% em 2012.
Proporção de tocantinenses que se declaram pretos sobe para 13,9%
Segundo a PNAD, no último levantamento cerca de 63,4% da população do estado se declarou parda, com o grupo dos que se declararam brancos (20,5%) e dos que se declararam pretos (13,9%) vindo em seguida. Entre 2012 e 2022, a participação na população do Tocantins dos que se declaravam brancos teve uma redução de 2,0 pontos percentuais, variando de 22,5%, em 2012, para 20,5%, em 2022. No mesmo período, a proporção dos que se declaravam pretos subiu de 7,0% para 13,9%, número superior à média brasileira, que foi de 7,4% em 2012 a 10,6% no mais recente dado divulgado.
Fonte – Ascom IBGE