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Taxa de suicídio entre indígenas é três vezes maior que a média nacional

(André Coelho / Agência O Globo)

A taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é quase o triplo da média nacional. Enquanto o Brasil registra 5,7 óbitos a cada 100 mil habitantes, o índice é de 15,2 na população indígena. E 44,8% das mortes ocorrem na faixa etária de 10 a 19 anos, ao contrário do panorama geral, em que os adultos de 20 a 39 anos respondem pela maior proporção dos registros.

Lívia Vitenti, da Secretaria Especial de Saúde Indígena, aponta que, embora o suicídio seja um fenômeno multifatorial, questões relacionadas à disputa por território têm impacto ainda que indiretamente em determinadas etnias. O povo guarani-kaiowá é um dos mais atingidos, segundo ela:

— É uma população que ficou confinada em um território muito pequeno e que vive um problema fundiário constante, o que leva a desavenças, alcoolismo e desestrutura.

Além dos guarani-kaiowás, os tikunas e os carajás são apontados como etnias com taxas mais elevadas de suicídios. O fenômeno não é exclusividade do Brasil. Para todos os países com dados, os indígenas aparecem com os índices preocupantes, afirma Lívia. A particularidade do Brasil está nas dificuldades para prestar assistência.

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— A terra indígena às vezes é muito longe, faltam também profissionais prepararados para lidar com tema nesse contexto. Nós estamos capacitando as pessoas e indo aos territórios mapeados para preparar ações mais focadas — diz Lívia.

Fonte: O Globo

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