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Telemarketing: saiba como conseguem seu número e como acabar com as ligações

A julgar pela quantidade de vezes que aconteceu comigo enquanto passei algumas semanas na casa de meus pais, imagino que já deva ter acontecido com vocês que tem telefone fixo: ligações misteriosas, vindas também de números fixos, em que não há ninguém do outro lado. Cheguei a ver um mesmo número ligar 3 vezes em apenas um dia, sempre mudo!

Em outras situações, são chamadas de telemarketing convencionais, com operadores enfadonhos e insistentes. Oferecem de tudo, sendo os mais recorrentes os vendedores de TV a cabo, telefonia móvel e cartão de crédito. Há ainda propagandas gravadas por famosos. Num dia é o Moacir Franco, no outro o Michel Teló… na situação mais desagradável de todas, atendi uma dessas chamadas enquanto aguardava hospitalização. Era uma propaganda de auxílio funeral!

Não adianta você recusar ou desligar na cara, eles continuarão ligando até vencê-lo pelo cansaço. Afinal, se as empresas insistem nesse método irritante, é porque dá retorno. No caso das ligações mudas, são robôs de telemarketing que fazem centenas de chamadas ao mesmo tempo. Como a maioria das pessoas não atende, os robôs fazem incontáveis tentativas. Mas quando uma pessoa efetivamente atende, todos os operadores (esses de carne e osso, embora também pareçam robôs) já estão ocupados em outra chamada. E você fica ali, no vácuo, dizendo “alô” para ninguém.

Meus pais, pessoas de idade, fizeram uma espécie de “lista negra” e a colocaram ao lado do telefone. Mesmo assim, continuam se aborrecendo, pois precisam ir até o identificador de chamadas para decidir se atendem ou não.

Em dispositivos móveis, a coisa é bem mais tranaquila: instalei o Truecaller no smartphone de todo mundo — funciona com iOS, Android e Windows Phone. Trata-se de um identificador de chamadas que reconhece números que não estão na sua agenda e permite que você bloqueie os indesejados. Funciona de forma colaborativa: sempre que você atende uma chamada que é spam, pode reportá-la para uma lista negra pública, em que aparecerá como spam para outras pessoas também. Você pode configurar o aplicativo para bloquear automaticamente todo número identificado publicamente como spam. Foi assim que minha família encontrou a paz, pelo menos no celular.

O Truecaller funciona também com SMS e WhatsApp. Acho ótimo identificar aqueles golpistas que mandam continuamente mensagens para você atualizar seu internet banking ou avisando que você ganhou alguma promoção. O único problema é que muitas mensagens com senha de autenticação de 2 passos são identificadas como spam; assim, recomendo que você não bloqueie automaticamente todo SMS marcado na lista pública como spam.

Há outros aplicativos que bloqueiam ligações, para todas as plataformas, como o Whoscall e o Contative. São igualmente bons, mas minha escolha pelo Truecaller se deve à maior base de dados e por funcionar bem mesmo em aparelhos mais simples.

Em alguns estados do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, há leis que instituem um cadastro para bloqueio de recebimento de ligações de telemarketing. Aqui no Paraná, é possível fazê-lo rapidamente através deste link do site do Procon-PR.

As ligações diminuem drasticamente, mas não há garantia de sossego: entidades filantrópicas ficam de fora na lei. Portanto, as chamadas de instituições pedindo donativos continuam. Por causa do alto número de golpes, recomendo que as pessoas é que tomem a iniciativa de ajudar entidades, entrando em contato com eles, e nunca o contrário. Se alguma entidade procurá-lo pedindo qualquer coisa, tome os dados dessa instituição e posteriormente os procure pelos canais oficiais de doações.

Fiz o cadastro dos meus pais há alguns anos, e por um tempo as ligações cessaram. Mas de repente elas recomeçaram. Isso porque há constantemente empresas coletando seus dados por aí e criando novos mailings. Fico espantada em ver como os brasileiros em geral são descuidados com seus dados pessoais. Basta ter em mãos qualquer tipo de formulário, que já saem informando tudo!

Não forneça seus dados pessoais para empresa nenhuma, a não ser que seja absolutamente necessário. Há algum tempo conheci uma “agência” que vendia por pequenas fortunas os dados de clientes de um shopping de Curitiba. Ela os coletava a partir de cupons de promoções em datas festivas. Reparou que nas promoções de fim de ano em muitos shoppings não basta preencher um papel e colocar numa urna, é preciso criar um cadastro eletronicamente? Pois é. O problema nem é necessariamente fornecer seus dados ao shopping, já que você o faz conscientemente, mas a quem esses dados são fornecidos ou vendidos depois. Pode ser para outros vendedores das mais diversas empresas… ou pode também ser para golpistas. Fique atento!

Fonte: Gazeta do Povo

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