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TO: Universidades públicas deixam de usar o Sisu como entrada em graduações e movimento estudantil vê retrocesso

UFT

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Foto – Dicom UFT

Lucas Eurilio e Pérola Venâncio

Os estudantes interessados em entrar nas Universidades Públicas no Tocantins, foram pegos de surpresa nesta quinta-feira, 8, com a notícia de que as instituições de ensino não vão aceitar o Sisu como porta de entrada, por pelo menos três períodos, como no caso da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

A Universidade Federal do Tocantins (UFT/UFNT) explicou em nota que a decisão foi tomada pelo Conselho Superior (Consuni) e a entrada pelo Sisu está suspensa por três semestres – 1 ano e meio – já a partir do calendário 2022/2.

A UFT disse ainda que durante este período, a instituição vai ofertar vagas através dos tradicionais Vestibulares e através do Processo Seletivo Completar (PSC), usando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sendo metade das vagas de cada curso em cada um dos processos seletivos,  no entanto não disse porque a decisão foi tomada.

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O Instituto Federal do Tocantins (IFTO) afirmou que optou por oferecer todas as vagas no vestibular para evitar que as pessoas entrassem nos cursos em andamento. O Instituto disse ainda que a decisão é para atender também aos diferentes públicos e  reserva vagas para cotistas e ações afirmativas, como exemplo estudantes provenientes de escola pública, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, vulneráveis sociais, entre outros grupos.

Divulgação

Já a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) informou que não vai aderir ao Programa em 2022 para o segundo semestre. A Universidade explicou que segue calendário acadêmico próprio, aprovado pelos Conselhos Superiores da Universidade (Consepe e Consuni), no qual já estava prevista a realização do vestibular 2022/2, antes da divulgação do calendário de adesão do SISU.

No calendário acadêmico da universidade também já estava prevista a realização do vestibular para os demais cursos e campus com publicação do edital oficial no próximo semestre. O edital prevê vagas para ampla concorrência e cotas para estudantes de escolas públicas

Foto -Ascom Unitins

A Gazeta do Cerrado conversou com a Carol Azevedo, Diretora de Mulheres da UNE no Tocantins e estudante de jornalismo da UFT. Ela que usou o Sisu como ingresso na Universidade, defende o uso do Programa e ressaltou que a decisão é um retrocesso no acesso aos ensino superior público.

“A gente sabe que o Sisu é um sistema que atendia a parte das notas do Enem, que é um exame super importante, que nós fazemos a defesa intransigente porque representa a democratização, a popularização das Universidades Públicas, o acesso de muitos estudantes bolsistas, cotistas, em situação de vulnerabilidades”, disse. 

Carol disse ainda que o movimento estudantil, a união do estudantes vê a não adesão do Sisu nas instituições públicas de ensino no Tocantins como um retrocesso no processo de democratização e universalização das Universidades.

“O estudante não precisa pagar pra fazer vários vestibulares, você faz uma prova – Enem – e tem a oportunidade de mandar a nota pra várias instituições”, concluiu. 

Nossa equipe entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC) buscando um posicionamento sobre o assunto, mas até a publicação desta reportagem nossa solicitação não havia sido atendida.

O que é

O Sisu é um programa do governo federal que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. A seleção dos candidatos é feita com base no desempenho obtido no Enem.

O Programa é um sistema informatizado e totalmente online. Os candidatos com melhor classificação são selecionados de acordo com as notas obtidas na edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio.

Cada candidato pode escolher até duas opções de curso na hora da inscrição, indicando qual deles é a sua primeira e qual é a sua segunda opção. Durante o período de inscrições, as notas de corte de cada curso (isto é, a nota mínima necessária para ser convocado) são divulgadas uma vez por dia, a partir do segundo dia de inscrição.

Os candidatos podem consultar a classificação parcial nas duas opções e também alterar suas escolhas de curso e de instituição de ensino até o fechamento das inscrições.

Ao final das inscrições, caso o candidato tenha nota suficiente para ser convocado em suas duas escolhas, ele será chamado no curso que marcou como primeira opção.

*Com informações do UOL Educação

 

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