A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) confirmou, nesta terça-feira (25), a identificação de dois casos de Febre Oropouche (FO). A confirmação ocorreu após análises laboratoriais realizadas no Laboratório de Saúde Pública do Tocantins (Lacen-TO). Inicialmente, as amostras foram testadas para dengue, chikungunya e Zika através do método RT-PCR, apresentando resultados negativos para essas doenças, o que levou à investigação para FO, conforme as estratégias de monitoramento do estado.
A Febre Oropouche é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), uma arbovirose transmitida por artrópodes, principalmente pela espécie Culicoides paraenses, conhecida popularmente como maruim, mosquito-pólvora ou borrachudo. O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos esporádicos e surtos têm sido relatados, especialmente nos estados da região Amazônica, além de outros países da América do Sul e Central.
Detalhes dos casos registrados
Caso 1: Mulher de 62 Anos
O primeiro caso confirmado é de uma mulher de 62 anos que apresentou sintomas no mês de abril. Os sintomas incluíam febre, cefaleia, mialgia (dor muscular), artralgia (dor articular) e dor retroorbital (dor atrás dos olhos). De acordo com a Secretaria de Saúde de Palmas (SEMUS), trata-se de um caso importado, uma vez que os sintomas começaram após uma viagem ao Maranhão.
Caso 2: Homem de 34 Anos
O segundo caso é de um homem de 34 anos, residente em Palmas. As informações sobre este paciente ainda estão sendo investigadas. Ambos os pacientes não necessitaram de hospitalização.
Alerta e Monitoramento
Em 2024, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica alertando sobre a disseminação do vírus da FO para outras regiões do país. Desde então, o Tocantins intensificou a vigilância laboratorial para a Febre Oropouche, articulando-se com os municípios e áreas técnicas específicas de arboviroses e do Lacen-TO para a detecção e monitoramento da doença. “A SES está alinhada com as equipes onde os casos se manifestaram e não há motivos para alarde”, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-TO, Perciliana Bezerra.
Diagnóstico
O diagnóstico da Febre Oropouche é realizado por meio de exames laboratoriais. Com a descentralização do diagnóstico biomolecular para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública do país, as equipes no Tocantins foram qualificadas para a triagem dos casos, contribuindo para o aumento da detecção de casos e controle da doença.
Prevenção
Para prevenir a doença, recomenda-se usar roupas que cubram a maior parte do corpo, aplicar repelente nas áreas expostas da pele e manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
Sintomas
Os principais sintomas da FO são febre de início súbito, cefaleia, dor retroorbital, mialgia e artralgia. Outros sintomas podem incluir tontura, calafrios, fotofobia, náuseas, vômitos, diarreia, exantemas (manchas no corpo) e prurido (coceira). Em raras exceções, a doença pode evoluir para comprometimento do sistema nervoso central, como meningites e encefalites.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a FO. Os pacientes devem permanecer em repouso, receber tratamento sintomático e acompanhamento médico.
A SES-TO continua monitorando os casos e reforça a importância da prevenção e da vigilância constante para proteger a população tocantinense.