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Tocantins pode ficar sem gás de cozinha por conta da greve dos petroleiros?

Sindigás diz que possibilidade de desabastecimento é real

Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado

A greve dos trabalhadores petroleiros entra no seu 14º dia nesta sexta-feira 14 em pelo menos 113 unidades operacionais da Petrobras. Segundo dados da Federação Única dos Petroleiros (FUP), cerca de 20 mil pessoas aderiram a greve. (Confira a nota na íntegra do final da matéria).

A paralisação acontece porque os trabalhadores querem reverter as demissões em massa que foram feitas pela Petrobras, o que segundo a FUP, atinge milhares de famílias.

Divulgação – Federação Única dos Petroleiros

A Federação afirma ainda que pode haver desabastecimento proposital em algumas regiões do Brasil afetando inclusive no preço do gás e de combustíveis.

No Tocantins, o vice-presidente do Sindicado das Revendedoras de Gás (Sindigás-TO), José Carlos, disse em entrevista à Gazeta que o impacto no Estado é real caso a greve continue.

“O gás vem de outras regiões, mas sempre da Petrobras. Caso a greve continue, com certeza temos a possibilidade do Tocantins ser afetado. As bases de distribuição ficam longes e com greve, é real a possibilidade de desabastecimento”.

José Carlos disse ainda por não conseguirem armazenar grande quantidade do produto, a greve pode impactar no preço não só do combustível, mas também do gás de cozinha.

“As revendedoras não conseguem armazenar muitas quantidade do produto, quando acabar, a Petrobras vai ter que tirar de algum lugar, daí nas refinarias aumenta o preço e as revendedoras e infelizmente o preço é repassado para o consumidor. Na última greve que teve, o Brasil inteiro ficou sem gás”.

Por outro lado, a Federação disse que está buscando atender todas as decisões da Justiça e afirmou ainda que a Estatal não quer que efetivos assumam unidades.

” Buscamos cumprir as condições determinadas pela justiça, mas a atual gestão não quer permitir que assumamos os efetivos das unidades para aumentar a produção e reduzir os preços dos derivados de petróleo”.

Em um ofício enviado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), a Agência Nacional do Petróleo (ANP) alertou para possíveis prejuízos por conta a greve.

Um trecho do ofício diz que mesmo mantendo um efetivo trabalhando nas unidades operacionais “tal situação não se sustentará ao longo de muito tempo, podendo causar impactos na produção do petróleo, gás natural e seus derivados”.

O que diz a Petrobras sobre o assunto?

As unidades seguem operando em condições adequadas de segurança, com equipes de contingência formadas por empregados que não aderiram à greve,  e contratações temporárias autorizadas pela Justiça. Não há impacto na produção até o momento.

A Petrobras está realizando o desconto dos dias não trabalhados dos empregados que aderiram ao movimento grevista. O desconto será realizado porque não houve a contraprestação do serviço, ou seja, os empregados não realizaram o trabalho para o qual são contratados.

A companhia também está contratando empresas com experiência na operação e manutenção de unidades de produção de petróleo e gás offshore, para suprimento de mão de obra especializada e certificada para atuar em suas plataformas próprias enquanto durar o movimento grevista.

Nota Federação Única dos Petroleiros

A Petrobrás tem o papel social de abastecer a população brasileira, mas a atual gestão da empresa quer mudar isso.

Já estamos há 14 dias em greve, tentando reverter as demissões em massa que atingem milhares de famílias de trabalhadores.

O fechamento de fábricas e a venda de refinarias aumentam o desemprego no país e pesam no bolso da população, que já sofre com os preços abusivos dos combustíveis.

O que queremos é garantir os empregos e preços justos para o gás de cozinha, a gasolina, o diesel.

A Petrobrás, no entanto, não aceita negociar com os sindicatos e tenta criminalizar a greve dos petroleiros, mentindo para o judiciário.

Buscamos cumprir as condições determinadas pela justiça, mas a atual gestão não quer permitir que assumamos os efetivos das unidades para aumentar a produção e reduzir os preços dos derivados de petróleo.

O objetivo do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, é colocar a população contra nós, trabalhadores, culpando os grevistas por um possível desabastecimento que venha a ocorrer. Se isso acontece, a culpa é da intransigência dos gestores.

Por isso, alertamos a população para que fique atenta. A direção da Petrobrás poderá provocar de forma premeditada desabastecimentos em algumas regiões do país.

Não estamos em greve para desabastecer a população. Nossa greve é a favor do Brasil.

Lutamos por empregos e para que a Petrobrás cumpra o papel social para o qual foi criada: garantir o abastecimento de norte a sul do país, com preços justos para toda a população.

Junte-se a nós em defesa de uma Petrobrás a serviço do Povo Brasileiro

 

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