Ícone do site Gazeta do Cerrado

Tocantins procura comprador para créditos de carbono “vintage” na COP27

Às vésperas de firmar acordo com uma companhia suíça para venda de crédito de carbono presente e futuro, resultante da redução das emissões entre 2016 e 2032, o Tocantins quer encontrar comprador para o que chama de carbono “vintage” ou histórico. Esse crédito, gerado entre 2006 e 2015, chega a 163,5 milhões de toneladas, sendo 122,5 milhões provenientes da Amazônia e 41 milhões, do Cerrado.

Hoje, a tonelada de carbono futuro está valendo US$ 10. A do “vintage”, segundo especialistas, varia de US$ 1 e US$ 5, o que poderia render até US$ 817,5 milhões (R$ 4,3 bilhões no câmbio de hoje) aos cofres do Estado. “Reduzimos o desmatamento comprovadamente ao longo desses dez anos (2006-2015) e não recebemos nenhuma compensação financeira para continuar investindo”, diz a superintendente de Gestão de Políticas Públicas Ambientais da secretaria de Meio  Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins, Marli Santos.

Para convencer potenciais interessados a comprar esse crédito “histórico” no mercado voluntário – a operação no mercado regulado é considerada improvável até mesmo pela procuradoria do Estado, entre outras razões, pela impossibilidade de acreditação do carbono “vintage” pelas certificadoras tradicionais – o Tocantins apresentou na tarde de hoje o programa REDD+ Jurisdicional do Tocantins, no estande do Consórcio Amazônia Legal na COP27, no Egito.

Entre as ações previstas estão: o planejamento de uso da terra em larga escala, subsídio e segurança a programas de economia de baixo carbono, transformação dos recursos ambientais em recursos financeiros, redução das pressões de desmatamento e degradação e a garantia de salvaguardas socioambientais. “Há startups buscando esse crédito que podem gerar recursos fundamentais para o Estado garantir as ações de sustentabilidade sem comprometer o investimento em saúde, educação e nas ações sociais”, afirma Marli Santos.

Dos nove estados que compõem o Consórcio Amazônia Legal, o Tocantins é o que tem o menor acumulado de crédito histórico. “Essa discussão interessa a todos nós, mas precisamos atuar de forma conjunta na busca desse recurso, com o cuidado de não ofertarmos todo o estoque de uma vez e derrubarmos o preço”, alerta Jose Humberto Muniz Filho, procurador que integra o Fórum de Procuradores da Amazônia Legal, que se reúne regularmente no âmbito do CAL.

Publicidade
Sair da versão mobile