Quatro a cada 10 obras no país estão paralisadas, revela levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Hoje, o Brasil tem 22.559 empreendimentos no papel, sendo que 8.674 foram interrompidos – o equivalente a 38,5% do total.
O total investido nessas obras paralisadas é de R$ 27,2 bilhões, de acordo com a Corte.
O Tocantins tem 530 obras ao todo e 279 estão paralisadas. A Educação tem 108 obras paralisadas, 25 são da área do esporte, 19 na de infraestrutura e mobilidade urbana, 13 na área de infraestrutura de esportes, 10 na de turismo.
Para fazer o levantamento (acesse aqui o sistema), o TCU reuniu informações dos principais bancos de dados oficiais do país.
O problema mais grave que resulta dessa alta quantidade de obras paralisadas, segundo a gerente de projetos da Transparência Brasil, Marina Atoji, é que milhares de pessoas que teriam suas vidas melhoradas por essas obras, ou mesmo dependem delas, ficam sem elas.
Ou seja, o acesso desses cidadãos a direitos como saúde, educação, transporte, saneamento fica gravemente prejudicado.
“Outro problema é o desperdício de dinheiro público. Como as estruturas que chegam a ser construídas se deterioram com o tempo enquanto as obras ficam paradas, o custo final da obra, caso seja retomada, aumenta, pois é necessário fazer reparos nessas partes ou mesmo reiniciar a obra do zero”, aponta Atoji.
Isso porque a estrutura ficou tanto tempo à mercê das intempéries que não serve mais. “Ao fim, também prejudica o acesso a direitos, pois o gasto público é feito com ineficiência e compromete o investimento em outras áreas”, continua a especialista.
Causas
O mau planejamento dos empreendimentos é apontado pelos técnicos do TCU como o principal fator de paralisação tanto para obras de baixo como de alto valor.
A maioria está ligada a projetos básicos deficientes, falta de contrapartida e de capacidade técnica para execução.