Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de perdas de dias de trabalho no mundo e dentre os servidores do executivo estadual essa realidade não é muito diferente. Dados da Junta Médica Oficial do Tocantins, apontam que somente em 2019 foram mais de duas mil licenças concedidas por razões psiquiátricas.
Para o médico e perito na Junta Médica oficial do Estado, Rafael Julião, por dedicarmos a maior parte do dia no mesmo lugar, um ambiente de trabalho equilibrado se torna essencial, por isso que a Secretaria da Administração tem desenvolvido algumas ações que buscam mais qualidade de vida para o servidor.
Segundo ele, o tipo de trabalho, o ambiente organizacional, as habilidades e competências dos servidores devem ser observados com mais atenção, pois tendem a ser fatores de risco, principalmente quando geram uma pressão por resultados. “Às vezes as pessoas idealizam esses resultados que, quando não atingidos, geram uma frustração e se o profissional não conseguir lidar com ela, tende a gerar alguns transtornos mais sérios” afirma.
E é de olho em diminuir esse número de licenças e garantir mais produtividade e qualidade de vida aos servidores estaduais, que a Secad iniciou ações que buscam promover a saúde física e mental. Um projeto piloto já está em desenvolvimento pela pasta, com ações de ginástica laboral, promoção de saúde e atividade física, entre outros.
Fique atento!
O médico ressalta alguns comportamentos que devem ser observados. “A grande maioria das avaliações psiquiátricas que nos deparamos aqui na Junta Médica giram em torno de transtorno ansioso e transtorno depressivo. Tais casos geralmente começam com um tipo bem específico de comportamento” diz Rafael.
Se corriqueiros, o estresse por excesso de atividades ou falta de resultados são fatores importantes na gênese destes transtornos e que geram um sentimento de incapacidade que pode fazer com que o profissional se isole e não queira conversar com colegas por medo de que outros vejam que “há algo errado comigo”.
Rafael afirma que o comportamento deve ser o contrário disso. “Conversar sempre será a melhor solução! O super-homem e a mulher maravilha só existem no cinema, somos todos cheios de qualidades e fraquezas e dentro disso tudo os nossos sentimentos, precisamos refazer as conexões de amizade, de pessoas de confiança em nosso trabalho, até mesmo nosso chefe, para podermos desabafar sobre suas dificuldades do dia a dia”.
Outro comportamento de deve ser observado é a falta de sono ou ausência de um sono de qualidade. Isso afeta diretamente a qualidade do serviço e a capacidade de concentração.
“Empatia, relação de franqueza e feedback são essenciais nas relações de trabalho” diz o psiquiatra.
O que fazer
Além do diálogo aberto e respeito entre colegas e superiores, Rafael explica que a saúde mental no trabalho envolve responder as seguintes perguntas: “Você faz o que você gosta?”, “Você quer evoluir ou quer ficar como está?”. Se a resposta for positiva, busque perceber o que está te impedindo de melhorar.
“Pense no que você pode fazer para evoluir, melhorar, se sentir mais eficiente, produtivo e útil para ambiente. Não estamos falando em retorno financeiro, pois antes de tudo devemos pensar na satisfação profissional. Nosso foco não deve ser trabalhar por dinheiro, devemos buscar resposta pessoal, o dinheiro é consequência do trabalho” ressalta.
Um passo adiante para a satisfação profissional, segundo Rafael, é estabelecer metas, palpáveis, tangíveis e de acordo com a atual realidade do servidor. “Cada pequena meta alcançada tem um efeito de impulsionar o profissional a ir além e esse sentimento é essencial neste ambiente de trabalho de estabilidade” afirma o psiquiatra.
fonte: Secad
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