Autor do requerimento que pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a origem e os impactos do óleo que há quase dois meses mancha as praias do Nordeste, o deputado João Campos (PSB-PE) se reúne nesta terça-feira (29) com Rodrigo Maia (DEM-RJ) para discutir os próximos passos da chamada CPI do Vazamento de Óleo. A expectativa é que o presidente da Câmara se sensibilize com o assunto e instale a CPI. Afinal, a proposta tem apoio até de deputados da base do governo como Carla Zambelli (PSL-SP). Veja abaixo todos que assinaram o pedido de CPI.
Veja aqui os 267 deputados que assinaram o pedido de CPI do Vazamento do Óleo
Do Tocantins assinaram Carlos Gaguim, Célio Moura e Dulce Miranda.
Apresentado na semana passada, o requerimento da CPI do Vazamento do Óleo teve 267 assinaturas validadas pela Mesa da Câmara. Deputados de todos os 25 partidos que têm representação na Câmara assinaram o documento apresentado por João Campos. Do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, há quatro representantes: Carla Zambelli, Luiz Lima (RJ), Felício Laterça (RJ) e Nereu Crispim (RS) – os dois primeiros são aliados de Bolsonaro e os outros dois são da ala do PSL que é alinhada ao presidente nacional do partido, o deputado Luciano Bivar (PE).
Entre os principais nomes pró-Bolsonaro na Câmara, Carla Zambelli diz não ter nada contra a abertura da CPI porque acredita que o trabalho de investigação da comissão não será prejudicial ao governo. “Pelo contrário, nada ali foi culpa do governo”, disse.
“Todo mundo está sensibilizado porque este é um problema muito maior que o governo”, justificou João Campos, que também tem recebido apoio dos líderes da oposição e do centrão, de ambientalistas e de artistas para abrir a CPI do Vazamento do Óleo. Filho de Eduardo Campos, o deputado pernambucano argumenta que este é o maior desastre ambiental da história brasileira e acredita que, por isso, o Congresso tem a responsabilidade de avaliar a origem e punir os responsáveis pelas manchas de óleo, analisar o trabalho de contenção do governo, propor ações de mitigação e sugerir medidas que evitem novos desastres desse tipo.
“O problema é gigante e está muito claro que o estado brasileiro se mostrou incapaz de mitigar isso com eficiência. Então, que o Parlamento produza a inovação necessária para a mitigação. Precisamos criar um ambiente de discussão para discutir se temos que fortalecer os comitês permanentes, rever o plano nacional de contingência, mudar atribuições, fortalecer agências”, defende João, que diz já ter tido uma boa conversa sobre o assunto com Rodrigo Maia e espera avançar com o assunto nesta terça-feira já que, como pediu Maia, as assinaturas necessárias ao pedido de CPI já foram apresentadas e validadas pela Câmara.
fonte: Congresso em Foco