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UFT: Professor Adão Francisco coordena pesquisa que compara Brasil, Caribe e África

Especial Gazeta do Cerrado

A Universidade Federal do Tocantins, através do OPTE – Observatório de
Políticas Territoriais e Educacionais, integra rede de pesquisa que tem por finalidade
descobrir novos dispositivos de Planejamento Territorial que contribuam com o
desenvolvimento regional. Esta rede foi constituída pelo projeto Capes/PGPSE
intitulado Planejamento Territorial e Sociobiodiversidade: perspectivas para o mundo
do Cerrado, que integra além do OPTE/UFT o IESA (Instituto de Estudos Sócio
Ambientais) da Universidade Federal de Goiás, a Universidade Federal de Uberlândia e
a Universidade Estadual de Goiás.

Sob coordenação nacional do professor Doutor Eguimar Felício Chaveiro, do
IESA/UFG, no Tocantins a pesquisa é dirigida pelo professor Doutor Adão Francisco de
Oliveira, coordenador do OPTE e ex-Secretário Estadual de Educação, Juventude e
Esportes. Segundo Adão Francisco, “o Cerrado consiste num bioma com amplas
proporções territoriais e incidência fundamental no território brasileiro. Presente nas
regiões Centro-Oeste e Norte, com resíduos no Sudeste e no Nordeste e rico em
sociobiodiversidade, é sobre ele que se erigem as possibilidades de uma vida melhor
para parcela significativa da população brasileira, especialmente a tocantinense”.
Nessa perspectiva, segundo Adão Francisco, o Planejamento Territorial é fundamental,
pois as ações de governo precisam ser conscientes das riquezas presentes na região e
estimuladoras de arranjos produtivos locais, fomentando organizações sócio-produtivas
e a Economia Popular.

A primeira etapa da pesquisa, iniciada no ano de 2016, foi a realização de um
amplo diagnóstico das condições atuais do Cerrado brasileiro. Nesta etapa foram realizados quatro circuitos regionais de socialização de informações e um seminário
internacional, sediado no campus da UFT de Porto Nacional. A segunda etapa teve
início em 2018 e consiste na internacionalização do conhecimento através de
intercâmbio científico. Para tanto, foram escolhidas as experiências de Cuba, no Caribe,
e de Moçambique, na África, para a troca de experiências.

“Cuba é uma pequena ilha caribenha que possui território e capacidade
produtiva limitados. No entanto, ela supera as suas limitações através de um
planejamento territorial preciso, respaldado pela exportação de tecnologia social em
Educação e em Saúde. Já Moçambique, país que viveu os horrores da guerra de
independência durante a década de 1970 e de uma guerra civil do final dessa década
até o ano de 1994, fica comprimido entre as influências capitalistas da África do Sul e
do Socialismo de Estado das demais nações vizinhas. Contudo, o seu planejamento
territorial tem lhe permitido se destacar na África como uma importante nação
emergente. São as singularidades dessas experiências de planejamento que queremos
trazer para pensar o Brasil e o Tocantins”, diz Adão Francisco.

Nessa segunda etapa, houve uma missão científica a Cuba em março de 2018 e
há a previsão de uma missão científica a Moçambique na segunda quinzena de outubro
deste mesmo ano. A terceira e última etapa dessa pesquisa consiste na sistematização
das informações e na ampla divulgação dos resultados, o que deverá ocorrer entre os
anos de 2019 e 2020, sendo este o ano em que a pesquisa se encerra.
Perguntado sobre a importância dessa pesquisa para o Estado do Tocantins, o
professor Adão Francisco disse que está preocupado principalmente nas experiências de
associação entre a Educação e o Planejamento, verificando de que forma a Educação se
integra e se interage com as demais políticas públicas para promover o desenvolvimento
regional. “Buscamos validar a nossa tese de que a Educação deve focar os seus
esforços no ensino contextualizado, permitindo que a criança e o jovem tocantinenses
conheçam melhor o Tocantins. Esse conhecimento, aliado a políticas de incentivo a
organizações sócio-produtivas, permitirá a geração de trabalho, emprego e renda nos
municípios e regiões do Estado, provocando assim o seu desenvolvimento”, finaliza o
professor.

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