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Um ano sem Patrícia: namorado e comparsa ainda não foram julgados por crime brutal

Foto: Arquivo Pessoal

Nesta quinta-feira (8) o assassinato da jovem Patrícia Aline dos Santos, em Palmas, completa um ano. O crime chocou o Tocantins pela crueldade e ganhou repercussão nacional após a divulgação de mensagem de Patrícia a uma amiga que mostravam que ela tinha medo de ser morta pelo próprio namorado. A investigação da Polícia Civil aponta que a vítima foi executada por Iuty Italu Mendanha por ciúmes.

Documentos mostram o andamento do processo e ao que foi dito pelas testemunhas durante depoimentos. Tanto Iury Italu quanto Silas Barreiro Borges dos Santos, que teria ajudado na fuga, irão a júri popular. O julgamento ainda não tem data para acontecer.

Em um dos depoimentos, uma amiga de Patrícia contou que ela tinha sido forçada por Iury a trocar o número de celular para que não pudesse manter contato com antigos namorados. Disse ainda que ao longo do tempo em que o casal esteve junto houve várias agressões seguidas de reconciliações e que em uma ocasião as duas tiveram que sair correndo de onde estavam ao ver que Iury estava no mesmo local.

Suspeitos de matar Patrícia Aline são presos — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Outras testemunhas contaram que nos dias que antecederam o crime Iury estava distraído e distante no trabalho. Informaram que ele ficava horas sem dar notícias e que tinha avisado que precisaria fazer uma viagem vários dias antes do crime.

O corpo de Patrícia foi encontrado em um matagal próximo a um shopping center da capital. A Polícia Civil concluiu que ela ainda estava viva quando foi deixada no local por Iury e que ficou agonizando durante algum tempo antes de morrer. A jovem foi executada a tiros.

O processo

No último dia 24 de julho a Polícia Civil informou à Justiça que o inquérito foi concluído, mas que ainda deve anexar laudos periciais do caso que só agora estão ficando prontos.

Durante o próprio interrogatório, Iury Italu confessou o assassinato perante o juiz e disse que não tinha planejado o crime, mas que se descontrolou após Patrícia mostrar uma foto que comprovava uma traição.

Ele também tinha confessado em um vídeo feito pela Polícia Civil logo após a prisão.

Silas Barreiro, que responde ao processo em liberdade, alegou que não teve participação no homicídio. Ele disse que foi com Iury até a casa de Patrícia para retribuir um favor, já que a vítima teria ajudado ele a reatar um relacionamento dias antes. Apesar disso, ele comprovou ter visto Iury matar Patrícia.

Mendanha alegou ainda que ficou escondido durante algum tempo no Maranhão, mas que mudou de ideia e decidiu se entregar. Ele afirma que quando foi preso pela Polícia Civil em Campos Lindos, no interior do estado, estava retornando a Palmas para se apresentar.

Nas alegações finais, o Ministério Público pediu que Iury Italu seja condenado por feminicídio. Os agravantes do crime seriam o motivo torpe, meio cruel, a dissimulação e o recurso que dificultou a defesa da vítima.

A defesa pediu que ele seja inocentado. Os advogados alegam que os atos forma “motivados pela violenta emoção desencadeada pelo ciúme”. Disse ainda que o crime não foi premeditado.

Patrícia Aline dos Santos foi morta. Namorado é o suspeito. — Foto: Arquivo Pessoal

 

Fonte: G1 Tocantins

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