Entre 10 de junho e 20 de agosto, acontecerá a temporada de praias no rio Tocantins de 2019, período em que cidades banhadas pelo curso d’água têm atividades turísticas em praias fluviais. Segundo carta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) de 10 de maio, neste período o reservatório de Serra da Mesa (GO) deverá operar com uma defluência constante de 300 metros cúbicos por segundo, cumprindo o estabelecido pela Resolução nº 376/2011 da Agência Nacional de Águas (ANA). Este foi um dos temas discutidos na reunião da Sala de Crise do Tocantins nesta terça-feira, 28 de maio, na sede da ANA, em Brasília, e por videoconferência.
A vazão entre as hidrelétricas de Serra da Mesa e Peixe Angical (TO) será resultado da soma entre o volume liberado pelo reservatório goiano e as vazões incrementais entre as duas barragens. As flutuações destas vazões adicionais que chegam ao rio Tocantins deverão ser minimizadas por meio da operação de Peixe Angical. Situação semelhante acontecerá entre esta usina e a hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães – Lajeado (TO), a qual deverá minimizar as flutuações das vazões incrementais.
Desde dezembro de 2018, está vigente a Resolução ANA nº 93/2018, que autoriza a redução da defluência mínima média diária em Serra da Mesa, passando de 300 para 200m³/s em dezembro do ano passado e maio de 2019. Entre janeiro e abril deste ano a defluência mínima permitida foi de 100m³/s.
Motivadas por pedido do ONS, estas condições levaram em consideração a situação de escassez hídrica na bacia do Tocantins, que enfrenta chuvas e vazões afluentes abaixo da média desde 2014, o que vem impossibilitando uma recuperação satisfatória dos reservatórios da bacia, principalmente Serra da Mesa.
Hidrelétrica de Serra da Mesa
A Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa tem capacidade instalada para geração de 1.275MW, segundo dados de Furnas, e atende ao mercado de energia elétrica do Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Além disso, a hidrelétrica é responsável pela ligação entre este sistema e o Norte/Nordeste, sendo o elo da Interligação Norte-Sul. Com uma área de 1.784km², o reservatório da hidrelétrica é o maior do Brasil em volume de água: 54,4 bilhões de metros cúbicos (m³). Sua barragem para geração de energia fica no curso principal do rio Tocantins no município de Minaçu (GO).
Serra da Mesa foi um barramento criado para regularizar a cascata de geração hidrelétrica na bacia, que ainda conta com as hidrelétricas de Cana Brava (GO), São Salvador (TO), Peixe Angical (TO), Luís Eduardo Magalhães – Lajeado (TO) e Estreito (TO/MA), todas elas na calha do rio Tocantins a jusante (abaixo) de Serra da Mesa.
Conforme o dado mais recente do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR) da Agência, de 27 de maio, o reservatório estava com uma acumulação de 22,82% de seu volume útil. Na mesma data em 2018, Serra da Mesa acumulava 22,19%. Saiba mais sobre a crise hídrica no Tocantins na página da Sala de Situação da ANA.
Rio Tocantins
Com aproximadamente 2400km de extensão, o rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800km do rio São Francisco. O rio Tocantins nasce entre os municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém. A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional. Por serem rios interestaduais, a gestão das águas do Tocantins e do Araguaia é de responsabilidade da ANA.
Fonte: Agência Nacional das Águas
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