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Vídeo de apoiadora de Bolsonaro marcando 22 em rosto de bezerro viraliza; conselho investiga

O vídeo de uma médica veterinária identificada como Fernanda Paula Kajozi, marcando com ferro quente o rosto de um bezerro o número 22 viralizou nas redes sociais. A gravação foi compartilhada com áudio de uma música que diz ‘vota, vota e confirma. 22 é Bolsonaro’.

Após a repercussão, a profissional de Araguaína confirmou ser apoiadora de Jair Bolsonaro, e disse que número é por marcação de rebanho, porém, corresponde ao padrão exigido.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do Tocantins informou que vai abrir uma investigação para adoção das medidas cabíveis. “Caso fique provado ilícito, a profissional poderá responder Processo Ético que será analisado e julgado em Plenária, podendo ser punida”, confirmou o órgão.

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) também instaurou, nesta quinta-feira, 20, procedimento investigatório criminal para apurar possível crime de maus-tratos ao animal.

Diversos influenciadores e protetores dos animais questionaram a atitude da médica veterinária. Um deles foi Alexandre Frota, ex-apoiador de Bolsonaro.

https://twitter.com/77_frota/status/1582948641055965184?s=46&t=fa-kY1uOYy01vpkXbjGM4Q

A protetora dos animais, Luisa Mell também se manifestou:

Segundo o Ministério da Agricultura, existe liberação para marcação no rosto para vacinação e controle de rebanho. No entanto, em nenhuma delas mostra como padrão a forma feita pela veterinária, com o número 22.

No caso de fêmeas vacinadas contra a brucelose, o que especialistas apontam ser o caso filmado, o padrão é usar a sigla ‘V’ ou o último algarismo do número do ano da vacinação, no caso 2, seguindo a orientação do Ministério da Agricultura.

“As fêmeas vacinadas de 3 a 8 meses devem, obrigatoriamente, ser marcadas com ferro candente ou nitrogênio líquido, no lado esquerdo da face. Fêmeas vacinadas com a vacina B19 deverão ser marcadas com o algarismo final do ano de vacinação. Fêmeas vacinadas com a amostra RB51 deverão ser marcadas com um V”, diz trecho do regulamento do Ministério.

A marcação no rosto de bovinos é permitida por lei desde os anos 60. O Ministério da Agricultura prevê, no entanto, padrões para essa marcação. Existem dois tipos: a marcação por comprovação de imunização e por controle de rebanho. Além dessa, há outros padrões, mas em outras partes do corpo do animal.

O animal que aparece no vídeo foi marcado na face esquerda e com os dois últimos dígitos do ano.

Segundo a explicação da veterinária, ela fazia uma marcação que corresponderia ao controle de rebanho. No entanto, o número 22 não segue o que é estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Assista ao vídeo:

O que diz a veterinária

Após a repercussão nas redes sociais o vídeo foi excluído pela veterinária que também resolveu trancar a página no Instagram. Fernanda Paula Kajozi ainda gravou um vídeo se explicando, este arquivo também foi excluído, mas ainda aparece em outras páginas. Na imagem, ela confirma que fez a marcação, mas que estava fazendo por controle de rebanho — apesar de não estar no padrão do Ministério da Agricultura — e confirmou ser apoiadora de Bolsonaro.

“Eu não marquei 22 na cara do bezerro por conta do Bolsonaro, não. É porque você marca na cara do bezerro o ano, na paleta você marca o mês e atrás, na anca do bezerro, você marca a marca da propriedade, no caso a do meu pai é F1. Eu apenas filmei fazendo um procedimento que desde o mês um está fazendo e até o mês 12 vai estar fazendo. Ano que vem vai ser 23 e assim sucessivamente. Então não tem nada a ver com Bolsonaro. Mas eu sou Bolsonaro”, disse.

 

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