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Vistoria no HGP aponta falta de itens de rouparia em todos os setores

Falta de material de rouparia em todos os setores do Hospital Geral de Palmas
(HGP). Contudo, o problema gera maiores consequências para os pacientes da
Ortopedia, que não têm as suas cirurgias eletivas e de urgência realizadas por
falta de materiais simples, como um lençol e material cirúrgico, por exemplo.
O caso foi detectado em vistoria realizada pelo defensor público Arthur Luiz
Pádua Marques, da 30ª Defensoria Pública da Saúde, nesta quarta-feira, 11.

Somente no corredor do Hospital, foram verificados 34 pacientes aguardando
pelo procedimento no setor de ortopedia que, conforme os médicos, não são
realizados pela falta de rouparia. “Temos os materiais básicos, equipe médica
especializada e até vaga na UTI, mas precisamos cumprir todas as regras para a
realização de uma cirurgia e se falta um lençol não podemos cumprir”, disse um
dos profissionais médicos.

A demanda reprimida da Ortopedia no Estado é judicializada pelo Ministério
Público Estadual (MPE) e pela DPE desde 2015, com o objetivo de ver resolvido,
em definitivo, a assistência adequada dos pacientes internados e os eletivos.
Alguns acordos já foram feitos nesta Ação e homologados pela Justiça,
contudo, o problema persiste.

Em audiência de conciliação no mês de junho deste ano, os representantes da
Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) se comprometeram a sanar o problema da
fila da Ortopedia, especialmente com a realização de um mutirão (Projeto da
Força-Tarefa da Cirurgia Traumato-Ortopédica), que daria fim à fila de espera
de pacientes internados em no máximo 60 dias.

O problema é grave também na Sala Vermelha, onde estão os pacientes de casos
mais graves, com risco de infecção e onde são realizados os procedimentos mais
especiais e invasivos. “Muitas vezes temos de cobrir os pacientes com o capote
cirúrgico descartável [vestimenta hospitalar que resguarda o corpo do
profissional e do paciente em procedimentos cirúrgicos] para eles não saírem
expostos e correrem ainda mais riscos de infecção”, revela outro profissional.

Conforme apuração da Defensoria Pública, a questão da rouparia envolve tanto a
falta de tecidos para a produção de lençóis e outros materiais quanto à
lavagem das roupas, que não tem um fluxo ideal para a alta demanda de
pacientes. Diante disso, há muitas camas sem lençóis e algumas peças estão
sendo reutilizadas pelos pacientes, aumentando o risco de infecção. O Hospital
Geral de Palmas, conta com estrutura física e de pessoal para realizar a
confecção da rouparia, necessitando apenas da aquisição do tecido. O problema
da falta de rouparia foi alvo de Recomendação da Defensoria Pública ainda no
mês de julho.

No setor de UTI foi verificado que a falta de oxímetro, detectada em vistoria
ainda no mês de agosto, não foi solucionada. Ao todo, 14 monitores estão com
defeitos no setor de UTI, o que impede a exposição de informações sobre uma
possível parada cardíaca, por exemplo.

Melhorias
Nos setores de UTI e na área da Hemôdinâmica, porém, foram verificadas
melhorias, principalmente quanto à aquisição de materiais, insumos e
medicamentos.

A Defensoria Pública entrou com ação para solucionar tais problemas e foi
feito bloqueio de quase R$ 500 mil para aquisição desses itens, solucionando
então os problemas no local. O Defensor Público verificou também mais
agilidade e rotatividade nos procedimentos de cirurgia e atendimento na UTI,
alvo também de muitas Recomendações e Ações da Defensoria Pública.

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