Ícone do site Gazeta do Cerrado

Editora-chefe da Gazeta leva conscientização e orienta sobre antirracismo na prática no AfroIdentidade do IFTO

O 2º AfroIdentidade teve início nesta quarta-feira, 2, com a realização da Mesa-redonda “Educação para a diversidade racial e formação do sujeito”. O AfroIdentidade também acontece durante o Identidade IFTO e busca reafirmar o compromisso do IFTO com a diversidade no que se refere ao povo negro tocantinense e brasileiro. Objetiva sensibilizar toda a comunidade para a importância das contribuições do povo negro na miscigenação e na cultura brasileira.

O momento foi conduzido pela pró-reitora de Assuntos Estudantis (Proae), Marilene Sepulvida, e contou com a participação do psicólogo Gustavo Henrique, da professora Solange Nascimento e da psicóloga Mariane Dantas. “Esse é um momento de aprendizado, um momento de nos reiterarmos das questões que envolvem os povos afrobrasileiros, suas vivências cotidianas, seja em quais espaços estejam. Como espaço educativo, a escola tem um papel crucial nesse processo”, destacou Marilene.

Leia também:Quando a educação é a alma (ou arma) do país

“Se o racismo é estrutural, histórico, ele também está ligado às instituições, à Educação”, disse Gustavo Henrique abordando a relação do racismo com as estruturas ideológicas inerentes ao universo da educação, de modo a vê-la não apenas como solução, mas também como problema. “Elevar o papel da educação como empoderamento às pessoas pretas e ser menos reprodutor do sistema racial”.

A psicóloga Mariane Dantas trouxe um histórico da Educação ligada à diversidade, falou da importância da ocupação das pessoas pretas nos diversos espaços da sociedade e das perspectivas identitárias. “O ensino étnico-racial é fundamental nas escolas brasileiras. A principal experiência que a escola pode proporcionar é a experiência concreta e afetiva do convívio. É conviver com o diferente. Uma escola que cria oportunidade de convívio na diversidade é uma escola que melhor forma para uma sociedade democrática “, afirmou.

Veja também – Processo Seletivo Complementar da UFT

A professora Solange Aparecida iniciou sua fala levantando questionamentos sobre o porquê não são enfatizadas as histórias de lutas das populações negras nas escolas. “Quais são as referências positivas que as crianças negras têm, seja sobre sua memória, seja sobre os seus ancestrais? A tomada de consciência sobre nossa identidade se dá quando reconhecemos quem somos nós e quem é o outro”, disse discorrendo sobre elementos relacionados a AfroEducação e aos sistemas de educação. Ao final, o público participante interagiu com envio de perguntas.

Programação

Ao longo do evento foram realizadas manifestações culturais no contexto afro, rodas de conversas, palestras e mesa-redonda. No período vespertino foi realizada a roda de conversa “É hora da ação: Promoção da diversidade na prática” com o mediador professor Sérgio Roberto, a participação da advogada e assessora parlamentar Bruna Paola, dos estudantes Érika Rebeca e Modesto, do professor Stânio Vieira e da psicóloga Mariane Dantas. A programação do dia contou com a palestra “Black Lives Matter e preconceito no século 21”, conduzida pela especialista em Comunicação Étnico-Racial, coordenadora do Instituto Crespas no Tocantins e influenciadora digital antirracista, a jornalista Maju Cotrim.

Maju falou sobre a importância das pessoas pretas ocuparem espaços significativos em setores da imprensa e do orgulho quem tem de ser editora-chefe de um veículo de comunicação no Tocantins. Ressaltou também a importância da Comunicação na luta contra o racismo. A palestra teve como norte o uso da hashtag “Vidas negras importam” no mundo e no Brasil, e em que contexto surgiu e de que forma foi utilizada. Maju ressaltou que a luta deve sair do discurso para a prática e deve envolver a sociedade como um todo.

Leia também: As cores das flores e suas simbologias

“Enquanto a branquitude brasileira achar que racismo, antirracismo, igualdade racial não são pautas do Brasil e não apenas de negros, o Brasil não vai evoluir enquanto nação. É importante a hashtag sair da internet e virar ação concreta. Não como algo que é coisa de preto, mas como algo da sociedade”, disse.

Maju também abordou aspectos do Estatuto da Igualdade Racial, um conjunto de leis aprovadas no Congresso Nacional para garantir a igualdade racial no país. A jornalista garantiu a doação de 200 exemplares para o IFTO. Ao final, interagiu com os participantes, respondendo questionamentos e compartilhou experiências exitosas sobre o empoderamento e aceitação de mulheres pretas tocantinenses a partir do Instituto Crespas TO. O Instituto promove palestras, debates, oficinas de turbantes, oficinas sobre como cuidar do cabelo crespo, fazer tranças, maquiagem, Hastafari e outras formas de valorizar o cabelo crespo.

Identidade IFTO

O evento reúne, em um só lugar, a 11ª edição da Jornada de Iniciação Científica e Extensão (Jice), a 7ª edição do Festival de Talentos Estudantis (IFestival), a 2ª edição do AfroIdentidade, a 2ª edição do Integra IFTO, IX Seminário de Assistência Estudantil, Seminário Administrativo, Seminário de Gestão de Pessoas e a e a 2ª edição do IFTO4Change. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através da plataforma do evento. Por meio dela, o usuário efetua sua inscrição e terá acesso ao Painel do Participante, no qual ele pode escolher quais programações vai querer participar no menu Atividades. É importante marcar  qual atividade você deseja para ter acesso ao ambiente referente. O evento acontece de forma 100% on-line, entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro.

Sair da versão mobile