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Especialistas reforçam defesa ao isolamento: “pico no Tocantins está apenas no começo”, revela infectologista

Coronavírus

Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado

A pandemia tem causado medo e alterado completamente a rotina de milhões de pessoas ao redor do Mundo. No Tocantins, a situação não é diferente. O isolamento social é uma das formas mais eficazes de se proteger e proteger nossas famílias, amigos e profissionais que estão na linha de frente contra o Covid-19.

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Segundo uma matéria da Gazeta do Cerrado, após a flexibilização da quarentena no Tocantins, o índice de isolamento caiu e até o dia 23 de abril estava em 37%.

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Nossa equipe conversou com dois especialistas da linha de frente. O Infectologista Dr. Flávio Milagres e o Conselheiro Federal de Medicina Dr. Estevam Rivello Alves. Ambos têm pensamentos iguais sobre a questão do relaxamento.

O infectologista Flávio Milagres disse à Gazeta do Cerrado que a forma mais eficaz para conter a propagação do vírus é o isolamento.

“É uma situação preocupante. Infelizmente uma das principais medidas para reduzir o risco de colapso e aumento de pacientes é o isolamento. Agora, existem outras medidas que podem ser estudadas, mas o isolamento deve ser feito”.

Ele ressaltou ainda que as pessoas não estão menosprezando o cuidado de prevenção ao Covid-19. “Talvez não seja menosprezar. Talvez seja o não conhecer ou não ter noção da epidemia no estado e isso acaba desvalorizando, por não conhecerem as perspectivadas da doença. Estamos tendo tendo aumento progressivo e o pico de contágio no Tocantins está apenas no começo”.

O conselheiro Dr Estevam Rivello Alves confirma o que diz Flávio, pois acredita também que o isolamento social é o mecanismo mais eficaz.

Dr Estevam Rivello Alves,Conselheiro Federal de Medicina -Divulgação

“Na verdade, o isolamento social nesse momento é o mecanismo mais seguro para poder frear o crescimento dessa doença. Esse número considerado baixo no Tocantins pode estar acontecendo pela baixa testagem e faz com que a população acredite que tenhamos poucos casos, ou que o vírus não suporte o calor. Então nesse momento, a doença ainda está nos permitindo. É muito rápida a progressão, infestação e podemos perder o controle com muita facilidade,” explicou.

Estevam alertou também sobre o desencontro de informações dos gestores. “As autoridades teriam que zelar, cuidar e estão permitindo que as coisas voltem ao normal. No Brasil, grandes cidades estão sendo prejudicadas por conta da flexibilização. Logo, a população tem duas informações, de que tem pouco caso e que as coisas devem voltar ao normal. Temos um aumento progressivo em Araguaína”.

Além disso, o médico criticou ainda a briga de egos entre gestores. “Todas essas pessoas que estão à frente da gestão pública estadual ou municipal, eles têm uma responsabilidade através do voto popular. Não dá pra fazer ações desordenadas. O Estado abrir o comércio através de uma normatização, o Município critica, e abre as Feiras. É contraditória essa briga”.

“Por outro lado, nesse exato momento que nós façamos a organização da assistência em saúde. Pensar sobre hospital de campanha? Qual será melhor, construir ou locar leito de UTI em hospitais particulares?” Questiona.

Ele citou ainda o cenário do colapso na saúde em Manaus, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

“Todas as ações vindas do estado do Tocantins, estão sendo individualizadas e não estão sendo integradas. Quando a gente observa Manaus, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, está um caos. Ter dinheiro e não ter recurso para dar assistência. Será que foi organizado prevendo que o caos? Podemos vivenciar um caos por conta da desorganização. Ainda não temos excesso de morte, de desemprego, mas hoje é nítido que a desorganização pode gerar o aumento de vários fatores,” alertou.

Em relação ao controle com os gastos com o Covid-19, Estevam disse que é “extremamente importante que os órgãos de controle, MPTO,  MPF,  DPE, TCE ficarem vigilantes com todo e qualquer gasto em relação ao Covid-19. Não podemos perder dinheiro como perdemos na Copa do Mundo, nas Olimpíadas e essa pandemia não nos permite errar. Se a gente não fizer hoje, vamos ter que lidar daqui em diante”.

Por fim, ele fez um apelo. “Durante essa pandemia é preciso pensar também nos profissionais que estão na minha de frente todos os dias. É preciso valorizar o profissional, ter equipamentos e estrutura, pagar devidamente. Estamos aqui, mas é preciso um olhar também para os profissionais da saúde.

Dados sobre o Covid-19 no Tocantins

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