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Medo nas aldeias: Indígenas fazem bloqueios em acessos para evitar entrada do Covid-19

Indígenas bloquearam acesso a aldeias - Divulgação

No Tocantins não há casos suspeitos registados nas aldeias

Os povos indígenas que vivem no Tocantins estão com medo por conta da pandemia de Coronavírus que tomou conta do mundo. Por conta disso, os próprios indígenas estão fazendo bloqueios nos acessos às aldeias. No Estado são nove etnias, 15,6 mil indígenas e nenhum caso suspeito de Covid-19 foi registrado nas localidades ondem eles vivem.

As aldeias estão sendo monitoradas pela coordenação regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) e nesta quinta-feira, 26, equipes do órgão e da Polícia Militar Ambiental, percorreram pelas aldeias da etnia Krahô-Kanela, em Lagoa da Confusão divisa com a Ilha do Bananal.

Todas as medidas para que o Covid-19 não atinja a morada dos povos originários estão sendo tomadas. Os líderes nas aldeias estão sendo informados a todo momento sobre a importância de não saírem dos locais onde moram para evitar que eles sejam atingidos.

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Fiscalizações

As fiscalizações estão sendo feita com a ajuda de lideranças indígenas. Uma das medidas também é reforçar a entrega de alimentos e insumos para evitar que população indígena saia das aldeias para comprar mantimentos.

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Na região norte do Tocantins, em Itacajá, um caminhão entregou alimentos nas aldeias mais distantes. Apenas um indígena de cada comunidade pôde buscar os mantimentos.

                                  Fiscalização na Ilha do Bananal – Divulgação

Álvaro Manzano, procurador da república orientou a população indígena sobre os cuidados para que o Coronavírus chegue às aldeias.

“Evitem ao máximo se deslocarem para as cidades, indo apenas em caso de extrema necessidade. Sempre que tiverem que ir, quando retornarem evitem ter contato mais próximo com as pessoas que não foram, especialmente os mais idosos, que são mais vulneráveis”, disse.

Como mostrado anteriormente pela Gazeta do Cerrado, a liderança indígena do Tocantins, Narubia Werrweria fez um pedido de socorro em nome dos povos indígenas do Brasil em suas redes sociais.

“Nós povos indígenas apresentamos maior vulnerabilidade epidemiológica e o que isso significa em tempo de coronavírus? Significa que diante de uma pandemia como essa, nós estamos entre os grupos de maior risco de contágio por covid-19. Se vocês não querem ver o genocídio indígena passando diante dos seus olhos, façam alguma coisa. Se mobilizem!”, ressalta. (Veja o vídeo abaixo).

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