Ícone do site Gazeta do Cerrado

Ciclone deixa estragos e mortes na Índia e Bangladesh

Centenas de vilas costeiras ficaram inundadas, colheitas foram perdidas e milhares de casas foram destruídas na passagem do ciclone Amphan, na Índia e Bangladesh, nesta quinta-feira (21). A tempestade, que provocou uma “devastação sem precedentes”, ainda deixou 84 mortos.

Quase 24 horas após a chegada à terra do ciclone, que se formou na Baía de Bengala, a perda de vidas humanas parece provisoriamente muito menor do que a causada no passado recente por outros ciclones na região.

A Índia contabilizou 72 mortes no estado de Bengala Ocidental e Bangladesh registrou 12 pessoas mortas em seu território, segundo balanços oficiais ainda provisórios.

Experientes no gerenciamento de ciclones e com sistemas eficazes de monitoramento climático, os dois países do sul da Ásia retiraram preventivamente mais de três milhões de pessoas de suas casas.

“Foi uma tempestade poderosa. Mas gradualmente perdeu força nos três dias antes de atingir o estado indiano de Bengala Ocidental”, declarou à AFP Nayeem Wahra, especialista em desastres naturais em Bangladesh.

LEIA – Coronavírus: Como se prevenir

Depois de surgir no último fim de semana na Índia, Amphan alcançou na quarta-feira à tarde o sul da grande cidade de Calcutá, acompanhado por ventos de 165 km/h e chuva torrencial.

Enquanto os ventos varriam a cidade de Tala, em Bangladesh, Shafiqul Islam passou três horas intermináveis escondido debaixo da cama com sua esposa e dois filhos, consumido pelo remorso de ter cometido o “grande erro” de não ir com a família para um abrigo.

Quando finalmente saiu, a casa estava destruída. “A maioria das casas de nossos vizinhos estava no chão.”Estivemos à beira da morte”, relatou o agricultor de 40 anos.

Ao derrubar postes e destruir cabos e transformadores, o ciclone provocou cortes de energia que afetaram 15 milhões de pessoas em Bangladesh.

Na manhã desta quarta, 10 milhões seguiam sem energia.

LEIA – DIY: Máscara caseira como fazer

Na cidade de Buri Goalini, em Bangladesh, uma das mais afetadas, “o ciclone não matou pessoas. Mas destruiu nossos meios de subsistência”, disse à AFP Bhabotosh Kumar Mondal. Esse funcionário municipal descreveu “um rastro de devastação”.

Um aumento abrupto do nível do mar causado pelos ventos – às vezes de três metros de altura – submergiu parte da costa e fez com que ondas de água salgada alcançasse os vilarejos.

Segundo Nayeem Wahra, a “onda de tempestade” causada pelo ciclone Amphan foi, no entanto, menor do que o temido pelos meteorologistas.

Noite de terror

Na Índia, a situação é idêntica e os danos de grande magnitude.

“O ciclone Amphan devastou a costa de Bengala Ocidental. Milhares de casas foram derrubadas, árvores arrancadas, estradas submersas e colheitas destruídas”, disse a repórteres Mamata Banerjee, a ministra-chefe do estado.

Depois de uma noite de terror, os 15 milhões de habitantes de Calcutá acordaram com o espetáculo de uma cidade com ruas inundadas, carros cheios de água e avenidas interditadas por árvores e postes elétricos derrubados.

As imagens mostram a pista do aeroporto internacional da cidade coberta de água.

Nesta quinta, ciclone Amphan perdia força e seguia na direção norte, degradado para uma depressão tropical. Na segunda, ele alcançou a categoria 4 de 5 na escala Saffir-Simpson, com ventos de 200 a 240 km/h.

É o ciclone mais poderoso a nascer na Baía de Bengala desde 1999, quando um ciclone matou 10 mil pessoas em Odisha, um estado costeiro no leste da Índia.

Leia – Distanciamento social: Por que é necessário?

Os países da região aprenderam as lições dos devastadores ciclones das décadas anteriores: construíram milhares de abrigos para a população e implementaram políticas de evacuação rápida.

A pandemia de coronavírus, no entanto, tornou seu trabalho muito mais difícil este ano.

Para impedir a propagação do vírus, as autoridades pediram aos deslocados que respeitassem a distância física nos abrigos e usassem máscaras.

Na prática, essas medidas de precaução foram, no entanto, pouco observadas, constataram jornalistas da AFP.

fonte: G1 Nacional

Sair da versão mobile