O Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) promovem na tarde desta segunda-feira (8) eventos para marcar um ano dos ataques de vândalos golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
Os atos, que ocorrerão no Congresso e na sede do Supremo, serão dedicados a celebrar a democracia e rememorar as reações das instituições da República às invasões.
Em 8 de janeiro de 2023, milhares de vândalos invadiram e depredaram os palácios do Planalto, do Congresso e do STF. O Ministério Público Federal (MPF) calculou que os custos com o vandalismo ultrapassam R$ 25 milhões — a maior parte no Supremo.
Ao todo, 1.354 ações foram abertas no Supremo Tribunal Federal contra acusados de envolvimento com o ataque. 30 pessoas já foram condenadas, e uma já teve a execução da pena autorizada.
Reunindo presidentes dos Poderes, parlamentares, governadores, ministros, comandantes das Forças Armadas e representantes da sociedade civil, o principal evento ocorrerá no Salão Negro do Congresso, entrada principal da sede do Parlamento brasileiro, que tem acessos à Câmara dos Deputados e ao Senado.
O ato, que foi batizado de “Democracia Inabalada”, vai reunir cerca de 500 pessoas e foi organizado conjuntamente pelo Planalto, Congresso e Supremo. Até o momento, 34 ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmaram presença. Dos 27 governadores, mais de dez devem participar.
A segurança no entorno das sedes dos Três Poderes será reforçada, e o acesso sofrerá bloqueios. Vão atuar conjuntamente os efetivos das forças de segurança locais do Distrito Federal, das polícias do Congresso e do Supremo, além das polícias Federal e Rodoviária Federal.
O evento
O cronograma do evento prevê a execução do Hino Nacional pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, além da exibição de um vídeo imagens da depredação e da recuperação dos prédios dos Três Poderes.
A organização do ato projeta discursos das principais autoridades dos Três Poderes da República:
- Executivo: representado pelo presidente Lula
- Legislativo: representado pelos presidentes do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)
- Judiciário: representado pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também vai discursar, representando os demais estados.
Além deles, devem compor a mesa principal do evento:
- o vice-presidente, Geraldo Alckmin
- o procurador-geral da República, Paulo Gonet
- a ex-presidente e ministra aposentada do STF Rosa Weber
- a primeira-dama, Janja Lula Silva
- e a segunda-dama, Lu Alckmin
Obras danificadas e exposições
O ato em memória dos ataques será encerrado com duas ações simbólicas para marcar a recuperação de dois itens dos acervos do STF e do Senado.
Em um primeiro momento, as autoridades vão acompanhar a entrega de uma placa que vai indicar a restauração de uma tapeçaria, criada pelo paisagista e arquiteto Roberto Burle Marx e avaliada em R$ 4 milhões.
Arrancada da parede, urinada e rasgada pelos invasores, a peça foi uma das mais danificadas do Senado. O trabalho de restauro durou quase 300 dias e custou R$ 236,2 mil. A tapeçaria retornou à exposição, no Salão Negro do Congresso.
Na sequência, haverá uma entrega simbólica do exemplar da Constituição Federal de 1988 roubado por vândalos na invasão ao STF. O item, que foi recuperado ainda em janeiro, ficava em exposição no Salão Branco da Corte.
Além desta programação, ainda no dia 8, o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados vão inaugurar duas exposições sobre o ataque.
Pela tarde, no térreo do seu prédio principal, o STF abrirá a mostra “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, que deverá contar com discurso do presidente e ministros da Corte. Haverá a exibição de peças danificadas na invasão e imagens dos trabalhos de recuperação da sede do Supremo.