Cerca de 20% dos adultos tendem a sofrer algum transtorno mental em algum momento da vida. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, transtornos mentais são a segunda causa dos atendimentos de urgência. Dentre os diferentes transtornos existentes, os ligados à depressão e ansiedade são os mais frequentes, as doenças do século como muitos especialistas dizem.
A identificação dos transtornos e a aceitação deles na sociedade também é um grande desafio e discutir e esclarecer são uma forma importante de trabalhar na prevenção de tais doenças. Hoje, muitas empresas e profissionais já começam a dar mais atenção à saúde mental, ao bem-estar e à busca pela melhora na qualidade de vida vem crescendo gradualmente.
Com o objetivo de colaborar nessa discussão e na desmistificação das doenças da saúde mental, o Sindicato dos Jornalistas do Estado do Tocantins (Sindjor- TO), em parceria com Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e com o Grupo de Pesquisa Trabalho e Emancipação, realizou uma roda de conversa com o tema “Como está a saúde dos Jornalistas?”, uma proposta idealizada pelo estudo da psicóloga Jordanna de Sousa Parreira, que está cursando o mestrado em comunicação e sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), com a participação da psicóloga, professora e orientadora, Lilian Deisy Ghizoni. O evento aconteceu na noite desta quinta-feira, 07, na Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa).
“A roda de conversa sobre saúde mental é a primeira etapa de um projeto de escuta clínica do trabalho, que hoje é uma teoria com método da Ana Magnólia Mendes, da Universidade de Brasília (UnB). Esse projeto visa um espaço de fala para os jornalistas em relação ao sofrimento e ao prazer que hoje ele encontra no trabalho. Nós sabemos que estamos vivendo num cenário da precarização do trabalho dos jornalistas, pelas mudanças também até do próprio direito do trabalho da CLT, então, tem uma série de movimentos sociais que vêm acontecendo na contemporaneidade que estão afetando diretamente a vida destes profissionais, e foi diante deste cenário que a gente propôs essa escuta clínica”, explicou a psicóloga Jordanna de Sousa Parreira.
Após a roda de conversa, os profissionais podem se voluntariar para participar de, aproximadamente, 12 encontros, dentro da proposta da escuta clínica. A ideia é, de forma ética e organizada, aprofundar a discussão sobre o assunto direcionado a categoria. Os estudos vão se transformar posteriormente em uma dissertação que ficará disponível para que todos possam identificar onde estão os maiores problemas e como buscar soluções. A presidente do Sindjor-TO, Alessandra Bacelar, destacou a parceria do Sindicato com as profissionais do estudo. “Nós ficamos imensamente empolgados e felizes por alguém pensar na nossa qualidade de vida e em como poder ajudar os profissionais da área. O papel do sindicato é justamente esse, apoiar ações que visam a melhoria da qualidade tanto de vida quanto do trabalho dos jornalistas”, ressaltou.
A Roda de Conversa e os encontros da Escuta Clínica do Trabalho contam também com o apoio e parceria da Acipa.