Que o sedentarismo faz mal à saúde, todo mundo sabe. Aliado a uma alimentação rica em
gorduras, bebidas alcoólicas e ao hábito de fumar, a falta de movimento é um prato cheio
para as complicações ao coração, como um infarto. Um estudo publicado no JAMA
Cardiology investigou se o contrário, o excesso de exercícios, representava algum risco
cardíaco, e concluiu que não.
Os pesquisadores norte-americanos consideraram que atletas que faziam pelo menos
cinco horas de exercícios por semana a um ritmo de 9,6 quilômetros por hora tinham uma
carga alta de exercícios de grande intensidade.
Eles selecionaram 21.758 atletas que corriam, nadavam ou pedalavam, que responderam a
questionários sobre seus hábitos, além de fazerem um exame chamado Escore de Cálcio
Coronário. Esse teste é feito para descobrir o risco de ataque cardíaco de uma pessoa, já
que ele identifica se as artérias que levam sangue ao coração estão calcificadas. A
calcificação das paredes vasculares é uma das etapas da aterosclerose, endurecimento
das artérias que pode levar a um infarto.
“Durante a última década, há uma crescente preocupação de que exercícios de alto volume
e alta intensidade possam ameaçar o coração. Descobrimos que grandes volumes de
exercício são seguros, mesmo quando os níveis de cálcio coronário são altos”, afirma
Benjamin Levine ao site da Universidade do Texas, onde o estudo foi desenvolvido.
A ideia era comparar atletas que praticavam exercícios em diferentes intensidades que já
tinham uma calcificação avançada destas artérias. Após acompanhá-los durante 10 anos,
os pesquisadores concluíram que, entre os homens com alta intensidade de treinos, a
mortalidade não variou muito mesmo com maior risco cardiovascular.
Já entre os atletas de menor intensidade, a calcificação das artérias era um fator muito
importante para a propensão às doenças cardíacas.
O que aumenta o risco de aterosclerose?
O endurecimento das paredes vasculares é natural com o avanço da idade, mas manter
altos níveis de colesterol, ser sedentário e fumar são fatores que aumentam o risco de
aterosclerose. Isso porque o enrijecimento é causado por gordura e colesterol dentro
destes vasos.
Dependendo de qual artéria é atingida, as consequências são diferentes, mas todas muito
graves. Quando as artérias coronárias são afetadas, o risco é de infarto. Nos membros
inferiores, causa dor e dificuldade de irrigação das pernas (claudicação). Se compromete as
carótidas, artérias que levam sangue ao cérebro, a aterosclerose pode acabar em um
acidente vascular cerebral.
Fonte: UOL
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