Evitar fazer certas buscas no Google pode ser um bom começo para manter a privacidade online. Segundo os termos de uso da empresa, palavras-chave e resultados de buscas podem ser informados aos sites visitados, o que implica em cuidado redobrado na hora de fazer pesquisas com informações muito pessoais — afinal, seus dados podem parar nas mãos de terceiros.
Segundo o buscador DuckDuckGo, o problema pode ser mais sério. Um estudo divulgado pela empresa no fim de 2018 aponta que a gigante da Internet tende a rastrear uma pessoa mesmo quando ela não está logada ou quando navega no modo anônimo, dificultando ainda mais a preservação da identidade na web. Descubra, a seguir, buscas que não devem ser feitas para proteger sua privacidade ao navegar.
1. Remédios e doenças
Evite fazer buscas sobre doenças graves ou drogas fortes. Mesmo que a pesquisa seja uma mera curiosidade ou relacionada a outra pessoa, as informações podem ser usadas por redes de anúncios para traçar o seu perfil e ditar a propaganda que será exibida nos sites que você visita. Pessoas que desejam ocultar uma determinada condição de saúde, por exemplo, podem ter a informação revelada por um simples banner na web.
Além disso, não é possível prever o destino que os dados pessoais tomam uma vez que tenham sido acessados por sites ou até parceiros comerciais do buscador. Um levantamento divulgado em 2015 pela Fast Company mostrou que sites de informações médicas poderiam vazar até 90% de dados sigilosos para terceiros, não necessariamente anunciantes.
2. Inseguranças e conflitos pessoais
O mesmo pensamento vale na hora de procurar soluções para problemas pessoais na Internet. Revelar conflitos mentais, dúvidas existenciais e inseguranças a um site sem a devida proteção pode provocar uma avalanche de anúncios sobre dietas milagrosas de origem suspeita e cursos de autoajuda, por exemplo. Embora ver banners de publicidade possa ser uma contrapartida justa ao serviço oferecido pelo Google, saiba que suas informações pessoais podem ser usadas para alimentar um perfil cada vez mais detalhado em redes de anunciantes.
3. Assuntos que levantem suspeitas de crime
Pesquisar sobre armas, drogas e outros assuntos ligados a crimes não só atrela o seu perfil a algo ilegal, mas pode trazer problemas práticos. Nos Estados Unidos, um funcionário foi denunciado pelo empregador em 2013 por ter buscado palavras-chave que, lidas fora de contexto, foram interpretadas como comportamento terrorista. O clima antiterrorismo no Brasil não é o mesmo, mas é importante ter cuidado extra ao navegar em Wi-Fi público na próxima viagem à América do Norte.
4. Detalhes de localização
O Google pode estimar muito bem a localização do usuário baseando-se no IP e no sinal de GPS do celular, mas precisa de dados extras para descobrir exatamente o apartamento ou casa onde você mora. Sem notar, qualquer pessoa pode dar essa informação facilmente ao pesquisar sobre objetos, materiais e o ambiente geral dos arredores. Mesmo com o histórico de localização desativado e sem informar o endereço no Google Maps, rastreadores podem cruzar dados de busca para saber não só o seu ponto no mapa, mas quem são seus vizinhos e, possivelmente, com quem você mais convive.
5. Informações de identidade
O Google não fornece dados cadastrais a terceiros, mas a privacidade do usuário pode não estar protegida se informações pessoais forem digitadas em uma busca. Redes de anúncios tentam ligar o seu perfil digital a uma identidade real a todo custo, tarefa que fica mais fácil se a própria pessoa entrega número de identidade, CPF ou passaporte em uma pesquisa na web. Evite, portanto, usar esses dígitos como palavras-chave, principalmente em sites pouco conhecidos.
Como proteger a privacidade
Restringir o tipo de busca que se faz online é uma forma de limitar a ação de redes de anúncios e caçadores de dados em geral. Quanto menos informações pessoais estiverem disponíveis para terceiros, mais dificuldade os rastreadores da Internet terão para identificar um determinado usuário e mostrar anúncios personalizados. Além disso, é uma forma de prevenir que informações sigilosas caiam em bases de dados comercializadas por sites mal-intencionados no mercado ilegal.
Fonte: TechTudo