Instituições estaduais ligadas à defesa do meio ambiente e à produção agrícola reuniram-se nesta terça-feira, 11, para percorrer o projeto Rio Formoso, um dos maiores empreendimentos de irrigação do Brasil, localizado no município de Formoso do Araguaia. A intenção foi conhecer as diferentes estruturas que formam o projeto e visualizar, de modo integral, a dinâmica do fluxo e do uso das águas do rio, observando aspectos relacionados à sustentabilidade, à segurança e à produtividade.
A visita fez parte do Mutirão de Sustentabilidade Ambiental na Bacia do Rio Formoso, que acontece entre os dias 10 e 13, promovido pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), com atividades em Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.
A primeira parada da visita foi a barragem Taboca, cujo espelho d’água ocupa uma área de 3,6 mil hectares. Atualmente, o reservatório é classificado pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) com nível de alto risco de rompimento, podendo impactar áreas de assentamento em caso de desastre. Mas, na visita, foi explicado que o reservatório vem funcionando com níveis de armazenamento cada vez mais baixos, à medida que sua estrutura envelhece sem uma revitalização integral, para evitar altos níveis de pressão de água sobre a parede da barragem. Nesta terça, o nível da água era de 1,75 metro de altura, quando o limite trabalhado atualmente é de 3 metros. Há seis comportas para dar vazão à água da barragem, além de um vertedouro. Uma equipe se reveza no monitoramento da barragem. Está prevista, ainda, uma licitação que contemplará obras de recuperação da Taboca.
Também foi vista uma das estações de bombeamento utilizadas para a captação da água do rio, que atualmente são monitoradas de modo eletrônico, 24 horas por dia, o que permite verificar a quantidade de água captada, o tempo pelo qual as bombas foram utilizadas e os dias em que foram ligadas. A intenção é controlar a captação, sobretudo no período de estiagem.
Outro ponto visitado foi a estação coletora de dados hidrológicos, que possibilita medir a altura do nível de água do Rio Formoso, a vazão do rio e a elevação proporcionada pelas chuvas.
Pesquisa
Visitaram-se também a sede administrativa e a área de campo da estação de pesquisa que é compartilhada pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde são desenvolvidas cultivares de arroz amplamente aproveitadas nos 108 mil hectares plantados pelos produtores do projeto Rio Formoso na última safra. Os estudos desenvolvidos na estação de pesquisa também conseguiram reduzir em 50% o uso de agrotóxico no cultivo de arroz, mantendo a produtividade e diminuindo em R$ 20 milhões os custos com defensivos agrícolas. A área total da estação de pesquisa é de 140 hectares, sendo 28 deles ocupados por cultivares da Embrapa.
Avaliação
O titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental da Bacia do Alto e Médio Araguaia, Francisco Brandes Júnior, agradeceu ao Distrito de Irrigação do Rio Formoso (Dirf) pela realização da visita monitorada, destacando o caráter de transparência da atividade. Já o coordenador de Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) do MPTO, procurador de Justiça José Maria da Silva Júnior, avaliou que a visita proporciona às instituições uma visão mais ampla do projeto e possam encontrar, conjuntamente, soluções para os problemas que afetam o empreendimento e o meio ambiente.
Fonte: Ascom MPE-TO
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