Na noite deste sábado, 22, o palmense pôde assistir ao primeiro dia de apresentações das quadrilhas juninas do grupo especial, que resultaram em um grande espetáculo aclamado pelo público que prestigiou o evento na arena montada ao lado do estádio Nilton Santos, na Avenida Teotônio Segurado. As agremiações juninas desenvolveram os enredos sobre tradições, costumes religiosos, preservação ambiental e até sobre o apocalipse.
A emoção dos dançarinos, que ensaiaram coreografias e prepararam cada detalhe dos figurinos durante o ano inteiro aguardando esta única oportunidade, de apenas 35 minutos, para mostrar o trabalho desenvolvido, após muitos dias de dedicação e empenho, atingiu o público que viajou com a história que cada uma das juninas contou.
Enredos
A atual campeã, a junina Cafundó do Brejo, abriu a primeira noite do Grupo Especial com muito axé. Na busca pelo bicampeonato consecutivo, a junina trouxe a temática ‘Bendito fruto dessa negra evolução’, que levou o público a um misto de êxtase e reflexão ao falar de racismo e o respeito à diversidade religiosa.
A Cafundó teve até torcida organizada. É o caso da jovem Franciele Macedo, fã de carteirinha da junina, que falou sobre a apresentação deste ano. “Já acompanho a Cafundó há alguns anos, pois ela representa a localidade onde moro, a região Sul da Capital, e a apresentação superou as minhas expectativas”, disse a torcedora. Com figurinos luxuosos, a junina arrancou aplausos do público em apresentação que mostrou que veio brigar pelo prêmio.
A segunda junina a pisar na arena foi a Luar de Santo Antônio, que este ano completa dez anos de existência e apostou em questões emotivas para cativar a plateia e os jurados, com o tema ‘Sentir saudade. Sem ti, saudade’. Com 24 casais compondo a apresentação, a junina falou ainda da tradição das quadrilhas que é passada dos mais velhos para os mais novos.
Os Matutos da Noite trouxeram uma coreografia de rei e rainha especialmente rebuscada que, além de técnica, mostrou muita sintonia do casal, embora essa seja a primeira vez que os dois dançam juntos. Os 56 dançarinos dessa junina cantaram e dançaram o tema ‘Anarriê’, encantando o público com o contraste das danças mais tradicionais com o estilizado.
Na sequência, entrou em cena a junina Coronéis da Sucupira que mexeu com o imaginário de quem estava na arena para assistir à competição. Contando a história do cego Aderaldo que previu o fim do mundo, a agremiação trouxe os quatros cavaleiros do apocalipse: peste, guerra, fome e morte. Mesmo com uma temática forte, a fantasiosa história encheu o público de alegria.
Os dançarinos da Explosão Amor Caipira, que encerrou as apresentações do grupo especial, arrancaram aplausos da plateia com uma performance que teve direito a troca de figurino durante o espetáculo. Para pedir a preservação do meio ambiente, em especial das águas, os 72 componentes da coreografia, dançaram em homenagem ao santo e ao rio São Francisco.
Bastidores
Quem vê o grande espetáculo apresentado por cada uma das juninas não imagina que nos bastidores é uma correria só. A equipe de apoio, composta de amigos e familiares dos dançarinos, dispõe de tempo e de muita dedicação, ajudando com cenário, maquiagem e até na hora de vestir os dançarinos, sendo responsáveis e imprescindíveis para o sucesso das apresentações.
Dentre os muitos olhares atentos às apresentações, estavam o de um dos membros da equipe de apoio da Cafundó do Brejo, Jucimar Mota que, além de conferir o resultado do trabalho que ele colaborou para que chegasse ao resultado apresentado ao público, também assistia e torcia pela esposa, uma das dançarinas dessa junina. “Na verdade, a gente não tem nenhuma recompensa material e é realmente muito trabalhoso todo o processo que resulta nesse espetáculo. O que eu ganho é o prazer de assistir tudo isso aí de perto, sentindo essa emoção, não tem recompensa melhor”, afirmou Jucimar.
Atrações Musicais
O palco principal recebeu, na noite de sábado, 22, apenas atrações locais. O grupo de forró Pedra de Fogo foi o primeiro a se apresentar, fazendo o público dançar bastante forró, o que ajudou os mais friorentos a se aquecerem já que as temperaturas noturnas têm sido mais amenas na Capital.
A grande e mais esperada atração musical da noite foi o cantor tocantinense responsável pelo hit ‘Gueri gueri’, Théo Santana. O cantor fechou com chave de ouro a penúltima noite da 27ª edição do Arraiá da Capital. Além dos sucessos do palco principal, ainda durante as apresentações das juninas, quem compareceu ao evento, também pôde assistir de perto ao cantor Natan Rios, o grupo Impacto Latino do Forró e o Trio Bacana.
Última noite do Grupo Especial
Neste domingo, dia 23, apresentam-se as últimas quatro quadrilhas que compõem o grupo especial, são elas: São João das Palmas, Arrasta pé do Liberdade, Pizada da Butina e Fulô de Mandacaru.
As três últimas colocadas do Grupo Especial na classificação geral são rebaixadas ao grupo de acesso. Ou seja, além da disputa pela grande premiação de 1º lugar e das demais quatro posições sequentes, está em jogo o direito de continuar se apresentando no Grupo Especial no ano que vem, portanto, a última noite do Arraiá 2019 promete ser de muita emoção.