Lucas Eurilio – Equipe Gazeta do Cerrado

Fidel Costa, irmão de Moisés Costa da Silva, conhecido como Moisés da Sercon, publicou uma carta aberta onde pede às autoridades que o assassinato do ex-prefeito de Miracema do Tocantins, seja solucionado. Ele começa a carta citando a letra de “Que país é esse?” de Renato Russo e diz que as injustiças continuam acontecendo.

A Gazeta do Cerrado mostrou nesta terça-feira, 2, que há um mês da morte de Moisés completar um ano, a polícia já colheou o depoimento de várias pessoas, mas ninguém foi indiciado ou preso até o momento.

Moisés da Sercon foi encontrado morto no dia 30 de agosto de 2018, com um tiro na cabeça, dentro do próprio carro, numa estrada vicinal entre Miracema e Miranorte.

Fidel diz ainda na carta que a cidade está vivendo um pesadelo na sua história. “Um crime planejado e executado friamente por alguém cujo o ódio e a ganância são maiores do que o temor a Deus”. 

O irmão de Moisés questiona também as autoridades sobre o silêncio do caso. “O que significa todo esse silêncio? O silêncio das autoridades é de fazer vergonha diante de um caso tão sério como este, que pode acontecer com qualquer pessoa”.

Por fim, Fidel afirmou que a família continua na esperança de que o crime seja desvendados e que os responsáveis sejam punidos.

Confira na íntegra a carta de Fidel Costa:

“Que país é esse?” já perguntou Renato Russo há mais de 30 anos. E as injustiças continuam…

Neste domingo, 30 de junho de 2019, completa-se exatamente 10 meses do assassinato cruel e covarde do meu irmão Moisés Costa da Silva, o “Moisés da Sercon”, então prefeito de Miracema do Tocantins. Um crime planejado e executado friamente por alguém cujo o ódio e a ganância são maiores do que o temor a Deus.

Miracema vive um pesadelo em sua história política, muitas especulações e nenhuma resposta concreta do caso até agora. Por um lado, a família sofrendo a dor da perda de um ente querido e, por outro, a população triste tentando entender o que aconteceu naquele 30 de agosto de 2018, que jamais será esquecido. População esta que o elegeu democraticamente, dando-lhe uma vitória esmagadora, com 84,64% dos votos válidos, o mais bem votado do Brasil, proporcionalmente, e avaliado pela comunidade como bom gestor.

Uma tragédia que mudou os rumos da cidade e em especial da família. Precisamos de respostas concretas e cobramos das instituições responsáveis pela elucidação e o desenrolar do caso, como a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público. Mandante (s) e assassino (s) devem ser presos e punidos com o rigor da lei. Um crime bárbaro como este não pode ficar impune, pois situação igual ou semelhante pode ocorrer a qualquer família.

Não mataram um animal doente que precisava ser sacrificado para não adoecer os demais. Mataram um Prefeito no exercício do mandato. Não importa a motivação do crime, queremos esclarecimentos concretos do que realmente aconteceu. Nenhum esclarecimento verdadeiro do caso vai doer mais do que tê-lo recebido num caixão vítima de um assassinato frio e cercado de mistérios.

Cobramos soluções das autoridades e do Estado Democrático de Direito, da Secretaria da Segurança Pública e apoio da ATM – Associação Tocantinense dos Municípios, além de outras instituições e políticos, pois o Moisés morreu no exercício do mandato e o estado tem, sim, que dar uma satisfação não só para a família, mas para os tocantinenses que clamam por justiça.

O que significa todo esse silêncio? O silêncio das autoridades é de fazer vergonha diante de um caso tão sério como este, que pode acontecer com qualquer pessoa. A nossa luta continua com Deus e o povo ao nosso lado. Pois o tempo é o senhor da razão.

Viemos do mais distante sertão tocantinense, fazendo história sem passar por cima de ninguém e nunca escondemos nossas origens. Uma família numerosa e honrada que ajudou a construir este estado. Repudiamos veementemente àqueles que, por motivos politiqueiros, tentam criar e espalhar fofocas em torno desse crime para destruir e manchar a história de um cidadão de bem e que não está mais aqui para se defender da maldade humana, tendo sua vida ceifada e sonhos interrompidos.

Quem faz isso também ajuda a matar, de uma certa forma, pois, além de fazer a família sofrer, atrapalha as investigações.

Vivemos a esperança de que este crime seja desvendado e continuamos firmes graças a Deus.

Destruíram uma vida, jamais a história.

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