Maju Cotrim
A nomeação do ex-prefeito de Carmolândia, Sebastião de Góis Barros foi publicada pelo governo Bolsonaro e dias depois foi tornada sem efeito. O nomeia/exonera tão rápido mostra que o clima esquentou nos bastidores entre alguns membros da bancada federal do Tocantins.
O cargo que ele foi nomeado foi de Coordenador distrital de saúde indígena do Distrito sanitário Especial Indígena Tipo II da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde. O ato da nomeação foi tornado sem efeito pelo ministro Onyx Lorenzoni e com isso voltou ao cargo o nome que já estava: Marcelo Lucena.
O ex-prefeito de Carmolândia foi indicado pelo deputado federal Osires Damaso na vaga que até então era de indicação da deputada Professora Dorinha.
Damaso não teria gostado nada de sua indicação ter sido cancelada e ainda estuda reverter, segundo aliados.
Quando Onys saiu do ministério para votar a Reforma, o coordenador da bancada, Carlos Gaguim e Damaso teriam emplacado a troca no cargo. A Professora Dorinha, que tem a indicação da vaga há anos, foi pega de surpresa e teria ficado sabendo pelo Diário Oficial. Daí então se articulou junto ao governo para que Marcelo Lucena permanecesse no cargo.
O clima entre o coordenador da bancada, Carlos Gaguim e Dorinha já não anda bom há algum tempo. Os membros da bancada estão na fase de escolha das cotas de indicações dos cargos federais no Tocantins e os que chegaram agora estão na luta por espaço.
Lucena
Marcelo Lucena é de Tocantínia e tem aceitação entre os líderes indígenas para trabalhar as demandas das comunidades do Estado. Assim que ficaram sabendo da exoneração, líderes se revoltaram, o conselho indigenista mandou nota dizendo que não aceitava e havia até intenção de ocupação do órgão.
Vários indígenas chegaram a fazer vídeos pedindo a permanência de Lucena. Outro contorno também envolve o caso: Lucena seria pré-candidato a prefeito de Tocantinia e existe ainda a questão política local de desavenças de grupos.
Sobre o Ex-prefeito
O ex-prefeito indicado para o cargo é que chegou a ser nomeado, segundo líderes indígenas, não tem ligação com a área. Ele tem vários processos e é alvo de investigações.
Ele foi denunciado à justiça por contratar 39 servidores temporários sem concurso público durante os anos de 2013 e 2016. Se condenado, ele pode ter os direitos políticos suspensos pelo prazo de 5 a 8 anos.
A denúncia foi apresentada pelo promotor de justiça Tarso Rizo Oliveira Ribeiro, da 6ª Promotoria de Justiça de Araguatins.
Ele é investigado ainda pelo Ministério Público Estadual por supostamente deixar de repassar mais de R$ 80 mil às instituições bancárias referente a parcelas de empréstimos consignados na folha de pagamento dos servidores municipais. Os repasses se referem aos meses de novembro de 2016, no valor de R$ 43.004,57 e dezembro do mesmo ano, no valor de 39.261,22 – fim do mandato.
O ex-gestor nega as acusações e de defende na justiça.