O Procon-SP notificou nesta quinta-feira, 18, a Apple e o Google, a prestar explicações sobre o aplicativo FaceApp, que virou febre nas redes sociais por envelhecer os rostos dos usuários e criar imagens super realistas utilizando filtros. O aplicativo é russo e também foi notificado. Já as empresas são proprietárias das lojas virtuais que o disponibilizam.
Segundo o Procon, as empresas deverão esclarecer com qual finalidade o aplicativo coleta dados dos consumidores. Isso porque, de acordo com a fundação, a licença para uso do aplicativo contém cláusula que autoriza a empresa a coletar e compartilhar imagens e dados do consumidor, sem explicar de que forma, por quanto tempo e como serão usados.
O Procon classifica a cláusula que permite os dados serem compartilhados é “genérica e não explica de qual forma e por quanto tempo os dados e as imagens coletadas serão usadas”, comunicou.
Além disso, entre os pontos a serem esclarecidos, o Procon cita políticas de coleta, armazenamento e uso dos dados dos consumidores que utilizam o aplicativo.
Criado em 2017, o aplicativo deixou de ser usado por problemas de funcionalidade, voltando a viralizar nos últimos dias, após celebridades compartilhares suas fotos em versão idosa. As dúvidas sobre segurança de dados, no entanto, surgiu com as revelações do termos de uso do aplicativo, que o usuário aceita quando usa o serviço.
Nele, o usuário é informado que os dados podem ser compartilhados com terceiros. “Podemos também compartilhar certas informações, como cookies, com parceiros de publicidade. Essa informação permitiria redes de anunciantes, entre outras coisas, a entregar anúncios direcionados que elas creditam que seriam de interesse”, afirmam os termos do aplicativo.
No documento de política de privacidade, o aplicativo afirma que opera junto a terceiros. “Usamos ferramentas de análise de terceiros para nos ajudar a medir o tráfego e tendências de uso do serviço. Essas ferramentas coletam as informações enviadas ao seu dispositivo ou ao nosso serviço, incluindo as páginas de web que você visita, add-ons e outras informações que nos auxiliam a melhorar o serviço”, diz o documento de política de privacidade da empresa.
Na quarta-feira, a startup russa Wireless Labs divulgou um comunicado a imprensa sobre a questão da privacidade. Segundo a companhia, as fotos usadas pelo aplicativo ficam armazenadas por até 48 horas em seus servidores. Segundo a empresa, é uma forma de melhorar o serviço.
A empresa afirma ainda que só carrega no sistema a foto selecionada pelo usuário e não todas que estão em sua galeria. No comunicado, a companhia diz ainda que quando o usuário não faz login, suas fotos não são cruzadas com outras informações que o façam ser identificados e que esse é o caso de 99% das pessoas que usam o aplicativo. A startup, no entanto, não fala o que acontece com as informações dos usuários que optam por fazer o login.
Apple e Google informaram que não vão comentar o caso. A reportagem ainda não conseguiu contato com o aplicativo.
Fonte: Veja