Os agricultores familiares, Wilson Ribeiro dos Reis e Raulino Noleto de Moura, estão desenvolvendo uma experiência que vem mostrando resultados positivos no Tocantins. Trata-se do cultivo de abóbora em espaços não utilizados nas propriedades, o que resulta em melhoria dos solos na reforma de pastagens, com um custo menor. Os plantios geralmente são feitos nas leiras, formadas nas reformas dos pastos, onde ficam depositados os restos de galhos, cascas, folhas e outros, que se decompõem formando uma terra rica em matéria orgânica. A experiência permite ganhos para o arrendatário e para o proprietário que ganha pelo espaço não utilizado e ainda com a redução de custos para forma e, ou, reforma de pastos.

O cultivo da abóbora é mais uma alternativa que gera oportunidade de renda, na diversificação da produção da agricultura familiar, ou ainda para desenvolver em parcerias, como é o caso do arrendatário de Barrolândia, Wilson Ribeiro dos Reis. Ele conta que aluga espaços que não são aproveitados pelos proprietários para o cultivo de abóbora, e que para ele é interessante porque não precisa investir na compra de terra. O produtor também vende sementes de abóbora, e compra e vende a produção de terceiros. “Para mim o cultivo de abóbora tem sido um dos melhores investimentos. Nunca tive prejuízo”, afirma.

A espécie cultivada por seu Wilson é a Curcubita Moschata, mais conhecida como abóbora sergipana ou do nordeste. Os bons preços da abóbora, a alta produtividade da lavoura e o baixo custo de produção têm sido os grandes atrativos para o cultivo. “A produção, por alqueire, custa cerca de R$ 7 mil e a renda pode chegar a R$ 40 mil”, afirma o produtor. Segundo ele, a demanda é alta, por isso está conseguindo vender sua produção e a de outros produtores.  “O preço da abóbora está acima de R$ 0,70, o quilo, o que deixa excelente margem de lucro”, argumenta.

Sabendo dos resultados positivos no cultivo da abóbora, o agricultor do município de Tocantínia, Raulino Noleto de Moura, iniciou o cultivo em um hectare. “A atividade é lucrativa, o custo para produzir foi baixo, a produtividade alta e a comercialização está garantida. Gastei cerca de R$ 3 mil e devo produzir 12 toneladas”.

Moranga na Agrotins _ Foto Arquivo Seagro

Produção diversificada

Para o técnico em agropecuária da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), Paulo Pereira Barros essa é mais uma forma de diversificar a atividade familiar, obtendo renda. Para produzir abóboras de qualidade, ele orienta a iniciar com a escolha de um terreno com boa luminosidade, com solo fértil e bem drenável. O técnico afirma que um bom manejo da cultura começa no preparo do solo, escolha das sementes e segue até a colheita. Outros cuidados são com adubação, irrigação, monitoramento de insetos e pragas, além da retirada de ervas daninhas que podem atrapalhar o desenvolvimento das plantas. “Com alguns cuidados o produtor terá menos trabalho e gasto durante a manutenção do cultivo, tornando-o barato e promovendo economia para seu bolso”, aconselha.

Apoio

O Governo do Estado, por meio da Seagro, Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins) e demais entidades de assistência técnica, trabalham a agricultura familiar dentro da lógica e realidade do produtor, no sentido de diversificar a produção, de forma a promover a sustentabilidade nas propriedades rurais do estado, de acordo com o diretor de Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar da Seagro, Marcelo Gualberto Caldeira.