Brener Nunes -Gazeta do Cerrado
Em homenagem a Dona Raimunda Quebradeira de Coco, o governador Mauro Carlesse (DEM) sancionou o projeto de lei que determina como o dia 7 de novembro como data comemorativa da atividade extrativista de coco babaçu.
A data foi escolhida relembrando a morte de Dona Raimunda Quebradeira de Coco ocorrida em 2018, quando ela tinha 78 anos de idade.
A projeto é de autoria da deputada estadual Amalia Santana (PT). A publicação da sanção foi feita no Diário Oficial do Estado (DOE) nessa última sexta-feira, 02.
Dona Raimunda
Raimunda Gomes da Silva, nasceu em Novo Jardim (MA), onde cresceu ao lado de 10 irmãos. Ela casou-se ainda muito cedo, com apenas 18 anos, entretanto, abandonada pelo marido, mudou-se para São Miguel do Tocantins, onde criou seus seis filhos sozinha, trabalhando como lavradora.
Fundou no ano de 1991, junto a outras mulheres, a Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASmubip). Em 1992, ajudou a fundar o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que hoje atua em diferentes locais.
Dona Raimunda, tornou-se uma porta voz para diversas mulheres rurais, além de ter atuado na defesa do meio ambiente. Ela também foi responsável pela Secretaria da Mulher trabalhadora Rural Extrativista do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS).
Em 2005, estava na lista das mil mulheres que concorreram ao Prêmio Nobel da Paz. Durante sua trajetória, a quebradeira de coco, recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Tocantins, além de diversos prêmios como o Diploma Mulher-Cidadã Guilhermina Ribeira da Silva (Assembleia Legislativa do Tocantins).
A sua história ficou conhecida com um documentário feito pelo cineasta Marcelo Silva, onde Dona Raimunda relembra como eram os dias de coleta e quebra de coco nos babaçuais. As dificuldades vividas pelas quebradeiras são retratadas, e como ponto central, a luta da líder sindical.