Um grupo de mulheres ocupa a superintendência do INSS em Palmas, nesta quarta-feira (8). O objetivo é entregar ao superintendente do órgão um manifesto contrário à reforma da previdência. Nesta manhã, elas também fizeram uma passeata pelas ruas da capital em protesto à violência contra o gênero.

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Segundo a organização, cerca de 150 mulheres participam do ato. Elas são ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, à Comissão Pastoral da Terra, ao Conselho Indigenista Missionário e à Marcha Mundial das Mulheres. No grupo há também estudantes da Universidade Federal do Tocantins.

“Sobre a reforma na previdência, nós combatemos principalmente a equiparação entre os trabalhadores do campo e da cidade. A trabalhadora do campo não tem a mesma longevidade e o acesso à saúde”, disse a manifestante Dejane Alexandre.

A reforma na previdência prevê mudanças para os trabalhadores rurais, os quais deverão fazer contribuições obrigatórias para a Previdência Social para ter direito a aposentadoria. Hoje os produtores rurais conseguem se aposentar sem contribuir para Previdência.

Outra mudança prevista é que o trabalhadores rurais também terão de cumprir a regra geral, que prevê idade mínima de aposentadoria de 65 anos. A exceção são os trabalhadores que se enquadram na regra de transição – homens acima de 50 anos e mulheres acima de 45 anos.

Dejane mora no acampamento Olga Benário, que fica às margens da BR-153, entre as cidades de Rio dos Bois e Fortaleza do Tabocão. Ela disse que as mulheres ainda estão no INSS e que foram ao local entregar o manifesto, mas também querem que o órgão disponibilize um servidor para explicar as mudanças da previdência.

“Algumas sabem sobre as mudanças. Mas muitas, não. Elas só sabem que serão prejudicadas, mas não conhecem a reforma. Por isso queremos que alguém do órgão nos explique”, disse ela.

As mulheres são de vários lugares do Tocantins e estão acampadas na UFT desde a segunda-feira (6). Lá, elas tiveram rodas de conversas e debates sobre as políticas públicas voltadas às mulheres.

Dejane disse que outros atos serão realizados em Palmas nesta quarta-feira. “Neste dia que resolveram nos homenagear, não temos nada para comemorar. As trabalhadoras do campo vivem às margens”, disse.