Equipe Gazeta do Cerrado

O desembargador Luiz Aparecido Gadotti já está aposentado desde o dia 31 de outubro deste ano. A vaga dele será aberta para disputa dentre os juízes.

Ele foi o primeiro juiz a passar no concurso da Magistratura no Tocantins e deu decisões importantes no Estado.

Segundo o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), após a aposentadoria de Gadotti, o cargo está em vacância, ou seja, sem nenhum ocupante.

O TJ informou ainda que cerca de 17 juízes da terceira entrância estão no primeiro quinto da lista de antiguidade devem concorrer à vaga e vão passar por avaliações.

Os nomes dos juízes ainda não foram divulgados.

Entre os requisitos para concorrer estão critérios de produtividade, qualificação, dentre outros. O Tribunal explicou também que não há uma data definida para a escolha, isso porque é preciso aguardar o lançamento do edital.

Colegas enaltecem desembargador

Gestada na Faculdade de Direito de Araraquara, a trajetória de Luiz Aparecido Gadotti na magistratura materializou-se em Colinas do Tocantins, quando assumiu como juiz substituto da comarca de 2ª Entrância, e consolidou-se ao assumir a Presidência do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), entre 2001 e 2003, período no qual também foi governador interino do Estado, entre 18 e 31 de julho do primeiro ano de sua gestão. Entre o sonho, o início e o ápice da carreira, o desembargador Gadotti pavimentou seu caminho com um apurado conhecimento jurídico, através do qual produziu decisões e entendimentos no âmbito da judicatura que viraram referências e deram uma nova dimensão ao Judiciário tocantinense. Reconhecida por seus pares, sua capacidade de liderança e articulação, com foco na busca do consenso, também contribuiu para elevar o patamar jurídico e administrativo da mais alta Corte da Justiça tocantinense.

“Nas situações mais difíceis para o Judiciário, ele tinha a capacidade de encontrar as soluções brilhantes”, revelou o presidente do TJTO, Helvécio de Brito Maia Neto, ao assinar o decreto de sua aposentadoria por tempo de contribuição. “Ele dedicou a vida à magistratura e, com zelo e competência, contribuiu muito para o crescimento do Poder Judiciário. Todas as homenagens a ele são válidas e merecidas”, ressaltou Maia Neto, para quem Gadotti é dono de talento e inteligência incomuns. “A amizade não se encerra com o decreto de aposentadoria. Ao contrário, perpetua-se no tempo.”

Moura Filho

Na mesma linha, o desembargador e ouvidor Judicial, Moura Filho, afirmou que, “com a aposentadoria do desembargador Luiz Gadotti, o Poder Judiciário perde um dos seus membros de reconhecida atuação pela sua competência, dedicação e lealdade, contribuindo para o engrandecimento do nosso Judiciário”.

Villas Boas

Do alto de quase duas décadas trabalhando juntos no Tribunal de Justiça e outros quatro anos na Escola Superior da Magistratura (Esmat), o desembargador Marco Villas Boas foi categórico ao afirmar que a aposentadoria do desembargador Gadotti irá deixar uma lacuna que dificilmente será preenchida. “Além de ser um colega extremamente dedicado à jurisdição, reconhecido civilista e processualista, é um amigo da primeira hora, que todos nós estimamos e admiramos”, explicou, lembrando que foi na gestão de Gadotti como presidente do TJTO, que iniciaram a construção do Fórum de Palmas e os projetos de modernização do Poder Judiciário. “Mas foi no Tribunal Regional Eleitoral que tivemos a oportunidade de instituir o importante programa de construção dos fóruns eleitorais no interior do Estado, aprimorando o programa ISO 9001, adotado na gestão do desembargador José Neves, presidente que lhe antecedeu”, revelou.

“Não quero dar um tom de despedida a essas palavras, pois espero que o desembargador Gadotti continue frequentando nosso ambiente de trabalho, para relembrarmos episódios históricos que ombreamos na jornada para a implantação e consolidação do Poder Judiciário tocantinense.
Ficam os votos de muita saúde, alegria e paz nessa nova fase da vida, na qual poderá ficar mais próximos daqueles que tanto ama”, arrematou Villas Boas.

Jacqueline Adorno

Ao lembrar que foi na gestão do desembargador Luiz Aparecido Gadottti que chegou ao Tribunal, a desembargadora Jacqueline Adorno ressaltou o privilégio de tê-lo como vice-presidente de sua gestão à frente do Judiciário tocantinense. “Seu senso de Justiça, conhecimento jurídico ímpar e amor pelo TJTO foram decisivos para auxiliar na construção do Poder Judiciário que temos hoje”, frisou.

Ângela Prudente

Já a desembargadora Ângela Prudente lembrou que o amigo e colega Luiz Gadotti “sempre foi brilhante magistrado que, com muita dedicação, experiência e competência, contribuiu imensamente para a consolidação e os avanços conquistados pelo Judiciário Tocantinense e, com um senso de Justiça apurado, teve uma participação ativa e fundamental em todo este processo histórico da Justiça em nosso Estado”.

Ronaldo Eurípedes

“O desembargador Gadotti, em sua vida ativa na magistratura do Tocantins, deixa um legado de aplicação do Direito de rara inteligência. Grande processualista, era capaz de achar soluções simples para casos complexos”, recordou o desembargador Ronaldo Eurípedes, ressaltando que ele foi um líder nato e sempre esteve à frente de decisões importantes para os rumos do Judiciário tocantinense. “Articulador competente, carregou, em si, nos desafios diários, sua enorme capacidade de agregar e promover o consenso entre os pares quando era preciso. Perde muito a prestação jurisdicional com sua aposentadoria, mas seu referencial jurídico e de cumplicidade com a Justiça seguirá balizando a atuação da magistratura tocantinense”, frisou.

Eurípedes Lamounier

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o desembargador Eurípedes Lamonier vê o desembargador sempre à frente do seu tempo, conseguindo sempre harmonizar a função judicante com a administrativa. Lembrando que Gadotti foi primeiro desembargador promovido por merecimento da turma de 89, da qual ele também pertencia, lembrou que ele é um colega muito querido e comprometido.

“Nunca se furtou ao convívio com todos os colegas, servidores, serventuários, advogados, representantes do Ministério Público e, principalmente, o jurisdicionado, que é a mola propulsora do Judiciário”, lembrou. Para Lamounier, “o Estado do Tocantins, como um todo, deve muito ao desembargador Gadotti, não só na sua condição de magistrado, porque ele para aqui veio, ainda quando era norte do Goiás, para o exercício da advocacia e, nesta condição, assumiu o cargo de juiz do Tribunal Regional Eleitoral, ainda quando advogado, pelo quinto constitucional”, recordou. “Sua aposentadoria promove um vazio na judicatura tocantinense, mas, na condição de magistrado, jamais se descurou da sua condição de esposo, pai afetuoso, filho, irmão, enfim, um grande amigo”.

Maysa Vendramini

Para a desembargadora Maysa Vendramini, o desembargador Gadotti sempre se destacou no meio jurídico pela sua inteligência e, principalmente, pelo seu perfil de um grande líder. Muito presente no trabalho, onde desempenhou, com bastante firmeza, todas as funções que ocupou junto ao Poder Judiciário. “Enfrentava os problemas cotidianos de forma perspicaz, defendendo os seus posicionamentos jurídicos com muita tranquilidade e empenho. Gostava do debate. Para ele era importante o diálogo e as discussões de grandes temas. Só assim poderia haver o avanço”, afirmou, ressaltando que ele tinha visão de futuro e que sempre foi e continuará sendo respeitado no meio jurídico e citou Cora Coralina: ‘A vida é boa. Saber viver é a grande sabedoria. Fazer bem feito tudo o que houver de ser feito’. “Com certeza, o desembargador Gadotti continuará a sua vida com grandes realizações pessoais, juntamente com sua família”, encerrou.

Etelvina Maria Felipe Sampaio

“É com muita emoção que vejo a aposentadoria do desembargador Gadotti. Falar dele é escrever a própria história do Judiciário tocantinense. O conheci no dia 19/11/1989, um dia após tomar posse na magistratura deste Estado e fincar as raízes em Colinas, onde ele titular, já era juiz também empossado há pouco mais de um mês! Dono de um sorriso farto, sinceridade ímpar, honestidade e humildade nunca lhe faltaram no trato com os advogados, partes e demais integrantes do sistema de Justiça”, recordou a desembargadora Etelvina Maria Felipe Sampaio. “Mas o conhecimento jurídico, esse sim é o seu grande marco. Traz na cabeça todos os códigos; declama artigos como se fossem poemas; leitura rápida com uma passada de dedos. Desvendar as provas do processo sempre lhe foi tarefa das mais fáceis”, lembrou a magistrada, desejando ele agora em diante possa se dedicar inteiramente a ele, sua esposa, filhos, netos e demais familiares.