Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado

A barbeira Hianca Gonçalves de Souza relatou em sua conta pessoal no Twitter um caso de lesbofobia na unidade do Cinemark em Palmas. Ela contou que estava com a namorada, Phatrícia Gomes de Araújo quando foi surpreendida pela gerente do estabelecimento dizendo que ambas não poderiam ficar no local. (Confira o relato no final da matéria).

No relato, Hianca diz que ambas estavam em seus intervalos de trabalho e se encontraram na frente do cinema para aproveitar o pouco de tempo que tinham juntas, como fazem às vezes.

Após o episódio, segundo a barbeira, a gerente do estabelecimento foi até o trabalho de Phatrícia, conversou com a gerente dela e pediu para que elas encontrassem outro lugar pra se ver.

A justificativa da gerente do Cinemark teria sido que o local é frequentado por crianças e famílias.

Hianca contou ainda que ficou sabendo do episódio quando sua namorada ligou chorando enquanto ela estava na faculdade e disse que elas não poderiam mais se encontrar e que estava com medo de perder o emprego.

Em entrevista à Gazeta do Cerrado, a profissional afirmou que um Boletim de Ocorrência sobre o caso foi registrado e que ambas já estão tomando as providências cabíveis sobre o assunto.

Criminalização da LGBTfobia

Os ministros do STF, no plenário do tribunal, durante o julgamento sobre a criminalização da LGBTfobia — Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a LGBTfobia no Brasil no dia 13 de junho deste ano. Com a decisão, os ministros consideram que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais serão enquadrados no crime de racismo.

Com a criminalização, o Brasil passa a ser o 43º país a criminalizar a LGBTfobia.

Passa a ser crime:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

Não foi criminalizado dizer em templos religiosos que é contra a relação de homossexuais, mas incitar ou induzir dentro de igrejas a discriminação ou preconceito contra LGBTQI+ sim.

O outro lado

A Gazeta do Cerrado entrou em contato com o Cinemark para que pudesse se posicionar sobre o episódio.

Em nota, a empresa limitou-se a dizer que ” a Cinemark vai apurar as informações sobre o caso”.