Começou no início da tarde desta segunda-feira, 02, na 42ª Vara Civel da Capital paulista, audiência entre o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, ligado à Arquidiocese de São Paulo e o supermercado Ricoy. O Centro entrou com a com a ação civil pública contra o supermercado Ricoy, em decorrência da tortura imposta a um adolescente negro Pico em 2019. Um dos advogados integrantes da equipe de defesa do Centro é o ex-juiz Marlon Reis. O caso ficou conhecido nacionalmente. Um adolescente de 17 anos relatou ter sofrido tortura no supermercado Ricoy, na zona sul de São Paulo. Ele foi flagrado por seguranças enquanto tentava furtar chocolate e levado para uma sala nos fundos do estabelecimento, onde foi agredido. Segundo o menor, a tortura teria ocorrido neste local para onde foi levado. Ele foi despido, amordaçado e chicoteado com fios elétricos trançados por cerca de 40 minutos. Depois de ser intensamente agredido, ele foi liberado
“Entendemos que esse não foi apenas um dano individual infligido ao garoto, mas a toda a sociedade, por transmitir mensagem de desigualdade racial, violência e insegurança num ambiente de acesso franqueado ao público. Pede-se a condenação do supermercado em 8 milhões de reais por danos morais coletivos”, detalhou o advogado.
O valor da condenação deverá ser recolhido ao fundo de direitos difusos para financiar projetos de promoção dos direitos da sociedade.
“É um caso grave que ocorreu em São Paulo, onde um garoto negro foi torturado e é flagrante do abuso dos direitos humanos”, relembrou o presidente do Centro Santo Dias de Direitos Humanos, Luciano Santos.
Ele reforçou que “fatos como este tem acontecido no Brasil e medidas urgentes precisam ser tomadas para que as pessoas entendam que os direitos humanos não podem ser violados”.