Metade das praias do mundo pode sumir até 2100. Segundo pesquisadores europeus, mudanças climáticas vão causar um aumento significativo do nível do mar até lá e acabar com a faixa de areia. Mesmo se o uso de combustível fóssil for reduzido drasticamente, mais de um terço das costas correm risco de desaparecer.
“Além do turismo, as praias costumam atuar como a primeira linha de defesa contra tempestades costeiras e inundações”, afirmou Michalis Vousdoukas, principal autora do estudo do Centro de Pesquisas da Comissão Europeia. “Sem elas, os impactos de eventos climáticos extremos provavelmente serão mais altos”, acrescentou.
O Brasil está entre os países que seriam mais atingidos, assim como México, Rússia, China, Argentina e Índia. O mais afetado, porém, seria a Austrália, correndo o risco de perder quase 15 mil quilômetros de praias. Alguns países, como os Estados Unidos, já possuem planos de defesa para o evento. Apesar disso, muitos desses esquemas são inacessíveis e/ou inviáveis.
As praias arenosas, as mais afetadas, cobrem mais de um terço da costa global. Essas regiões foram muito afetas por construções e intempéries naturais. Vousdoukas e sua equipe analisaram mais de três décadas imagens para avaliar o estrago. Depois disso, foram projetados dois cenários futuros. O pior deles considera que as emissões não se alterem e que a Terra aumente naturalmente os gases do efeito estufa. Já o segundo limita o aquecimento global em até 3ºC.
No pior cenário, 49,5% das praias, 132 mil quilômetros, sumiram até 2100. Já na “melhor” (ou menos pior) das situações, 95 mil quilômetros desapareceriam. Neste caso, a maior perda seria nos próximos 30 anos. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas projetou um aumento do nível do mar entre 50 e 84 cm até 2100. Alguns especialistas acreditam que pode ser até o dobro disso.
Fonte: Olhar digital